O mandatário da Fifa, Gianni Infantino, manifestou apoio à implementação de punições automáticas em casos de manifestações racistas durante as partidas, como as ocorridas no último sábado (20) em confrontos do Campeonato Italiano e da segunda divisão da Inglaterra.
Na Itália, o goleiro Mike Maignan, do Milan, optou por deixar o campo em protesto durante a partida contra a Udinese, após ser alvo de ofensas por parte da torcida da equipe da casa.
O arqueiro francês dialogou com o árbitro e em seguida dirigiu-se aos vestiários, sendo acompanhado por seus companheiros de equipe. Todos retornaram minutos depois e retomaram o jogo.
Anteriormente, o meio-campista Kasey Palmer, do Coventry City, alegou ter sido vítima de racismo nos minutos finais da vitória por 2 a 1 sobre o Sheffield Wednesday, fora de casa, pela Championship inglesa.
“Os eventos ocorridos em Udine e em Sheffield são absolutamente repulsivos e completamente inaceitáveis. Não há espaço para racismo ou qualquer forma de discriminação, seja no futebol ou na sociedade em geral. Os atletas afetados pelos acontecimentos do último sábado têm meu total apoio”, declarou Infantino.
“Além dos três protocolos antirracismo (paralisação da partida, 2ª paralisação e abandono do jogo), nós precisamos implementar a punição automática para clubes cujos torcedores cometam atos racistas e provoquem a interrupção das partidas, além de aplicar proibições de acesso aos estádios em nível global e também acionar responsabilidades criminais contra os racistas”, acrescentou.
Goleiro Maignan durante partida entre Milan e Udinese, pela Serie A EFE/EPA/GABRIELE MENIS
Maignan, que já havia sido alvo de racismo de maneira explícita durante partida entre Milan e Cagliari, há dois anos, solicitou que as penalidades sejam mais rígidas.
“Eles [torcedores da Udinese] fizeram imitações de macacos o tempo todo. Não é a primeira vez que isso ocorre comigo. Eles devem sofrer punições severas, pois apenas expressar indignação não resolve nada”, afirmou em entrevista ao DAZN.
Em suas redes sociais, Kasey Palmer também se manifestou sobre o episódio de racismo na segunda divisão inglesa.
“Estou extremamente desapontado de ter que vir aqui e escrever isso. Racismo é uma vergonha. Não há espaço para isso no mundo. Sou negro e tenho orgulho disso. Educo meus três filhos com esse mesmo pensamento. E, para ser sincero, parece que as coisas nunca vão mudar, não importa o quanto a gente tente”, lamentou.