domingo, 30 junho, 2024
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    Rios no Alasca estão adquirindo tonalidade alaranjada


    Os afluentes e córregos do Alasca estão perdendo a tonalidade azul clara e límpida e passando a exibir matizes alaranjados enferrujados. Uma pesquisa divulgada neste mês apontou que o degelo do solo permanentemente congelado está liberando metais nocivos na água, de forma acelerada devido ao aquecimento da região.

    Rios do Alasca estão adquirindo tonalidade alaranjada

    A mudança na coloração dos afluentes e córregos do Alasca surpreendeu até mesmo pesquisadores do Serviço Nacional de Parques, da Universidade da Califórnia em Davis e do Serviço Geológico dos EUA.

    Eles conduziram testes em 75 pontos afetados na cordilheira Brooks e, conforme um estudo divulgado na revista Communications: Earth & Environment, constataram que a tonalidade enferrujada e turva da água teve início entre cinco e dez anos.

    O motivo da surpresa foi a razão para a alteração na coloração: metais como ferro, zinco, cobre, níquel e chumbo (alguns deles prejudiciais aos ecossistemas) estão sendo liberados pelo solo permanentemente congelado, à medida que este degela.

    O fenômeno não é exatamente inédito e já ocorreu em outros locais, como na Califórnia, uma região historicamente marcada pela mineração. No entanto, o Alasca não se encaixa nesse perfil, o que surpreendeu os pesquisadores.

    Este é um processo clássico que acontece em rios no continente dos EUA que foram impactados por mais de um século, desde algumas das corridas de mineração na década de 1850. Porém, é muito surpreendente testemunhar isso estando em uma das áreas selvagens mais afastadas e distantes de uma fonte de mineração.

    Brett Poulin, coautor do estudo e professor de toxicologia ambiental na Universidade da Califórnia

    Visão aérea do rio Kutuk, no Parque Nacional Gates of the Arctic, no Alasca (Imagem: Ken Hill/Serviço de Parques Nacionais)

    Então por que os minerais no solo do Alasca?

    • O artigo explicou como o solo Ártico contém nutrientes e metais naturalmente, como carbono orgânico e mercúrio. O aumento das temperaturas faz com que esses minerais presentes no permafrost derretam e atinjam as águas dos rios e córregos;
    • O dilema é que a região está se aquecendo quatro vezes mais rapidamente do que o restante do planeta, acelerando também a liberação dos minerais;
    • De acordo com Poulin, essa é uma “consequência inesperada” das mudanças climáticas;
    • Os pesquisadores utilizaram imagens de satélite para determinar quando a transformação ocorreu. Eles descobriram que os aumentos mais significativos foram entre 2017 e 2018, período que coincidiu com as temperaturas mais elevadas registradas na época;
    • Além disso, a descoloração suscita preocupações sobre como o derretimento acelerado do permafrost afeta comunidades que dependem dos rios e córregos para consumo de água e pesca, e como pode afetar a vida aquática, que serve como fonte de pesca e alimento.
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    Visão aérea do rio Kutuk, no Parque Nacional Gates of the Arctic, no Alasca (Imagem: Ken Hill/Serviço de Parques Nacionais)

    Rios dalugar não são os únicos vivenciando essa situação

    Conforme destacado pela CNN, o estado do Alasca não se encontra sozinho nesse fenômeno.

    Recente estudo demonstrou que as Montanhas Rochosas no Colorado também estão presenciando o mesmo efeito, devido a um aumento na temperatura local.

    O referido estudo revelou um crescimento nas concentrações de sulfato, zinco e cobre em 22 córregos regionais ao longo das últimas três décadas. A redução do fluxo de água e o degelo do solo congelado, como no caso do Alasca, são algumas das causas identificadas.

    Outras fontes já haviam indicado que diversas regiões ao redor do globo também estão sendo impactadas. Os Andes chilenos, os Alpes europeus e os Pirenéus, no norte da Espanha, estão igualmente lidando com o aumento na concentração de metais nos cursos d’água. Alguns desses locais foram previamente expostos à atividade mineradora décadas atrás, como na Califórnia, porém as mudanças climáticas também desempenham um papel significante nesse cenário.

    Deste modo, os pesquisadores no Alasca seguirão investigando o fenômeno para compreender os impactos na vida aquática e humana.



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