O Instituto Empresa solicitou à Bolsa de Valores de São Paulo (B3) nesta terça-feira, 14, a exclusão imediata da Magazine Luiza do segmento Novo Mercado.
A ação foi motivada pelo Fato Relevante divulgado pelo Magazine Luiza na última segunda-feira, 13, no qual a varejista admitiu distorções contábeis no valor de R$ 829,5 milhões.
O Instituto Empresa alega que a atitude induziu os investidores a erro.
“Compras de ações e debêntures foram realizadas com base em dados falsos”, afirmou Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa.
A arbitragem em andamento busca responsabilizar os controladores e reembolsar os investidores que adquiriram o papel com preço inflacionado devido aos erros contábeis.
B3 questiona Magazine Luiza sobre inconsistências contábeis
A B3 questionou o Magazine Luiza sobre a notícia de um possível aumento de capital privado no valor de R$ 2 bilhões.
De acordo com a família Trajano, controladora do grupo, eles pretendem participar da operação com aproximadamente metade desse valor.
Em uma teleconferência de resultados, os executivos do Magazine Luiza negaram a informação.
Segundo o diretor financeiro da varejista, Roberto Bellissimo, “neste momento, não há planos para um aumento de capital da empresa” e essa é apenas “uma especulação do mercado”.
Na semana anterior, as ações da varejista subiram no Ibovespa, apesar da negação da empresa em relação ao boato.
Na última segunda-feira, 13, a empresa comunicou, por meio de fato relevante, que irá reduzir o patrimônio líquido em R$ 322,1 milhões.
De acordo com a empresa, uma auditoria identificou “erros em lançamentos contábeis” relacionados ao “reconhecimento de benefícios em certas transações comerciais”, gerando um impacto total no patrimônio líquido de R$ 829,5 milhões.
O Magazine Luiza também afirmou que utilizará créditos fiscais no valor de R$ 688,7 milhões (R$ 507,4 milhões líquidos de impostos) para atenuar o impacto no patrimônio líquido.