Cristiano Zanin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou-se inapto para julgar uma ação de corrupção envolvendo a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A acusação contra a petista refere-se a uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em abril de 2018 baseada nas delações premiadas de executivos da empreiteira Odebrecht, incluindo o executivo Marcelo Odebrecht. Zanin atuou como advogado do presidente Lula durante a operação Lava Jato, e por isso afirmou estar inapto para atuar no caso.
Segundo a denúncia, Gleisi é acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido R$ 3 milhões em propina, conforme relatado por executivos da Odebrecht em delações premiadas, para custear despesas de campanha durante sua candidatura ao governo do Paraná em 2014. Naquela ocasião, Gleisi terminou o 1º turno em 3º lugar, com 14,87% dos votos. O vencedor foi Beto Richa (PSDB).
O julgamento contra Gleisi, que teve início em 10 de novembro, continua até 20 de novembro através do plenário virtual do STF. Até o momento, o relator da ação, ministro Edson Fachin, foi o único a se pronunciar; ele votou pela rejeição da denúncia apresentada. Fachin alegou que há “falta de elementos indiciários” para sustentar a denúncia, havendo “lacunas investigativas insuperáveis” para comprovar os supostos crimes cometidos.