O líder do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Aloizio Mercadante, revelou que está avaliando a possibilidade de participar em ofertas públicas iniciais (IPO) da instituição financeira na Bolsa de Mercadorias.
Ele revelou este plano depois que o banco obteve cerca de R$ 500 milhões no terceiro trimestre por meio de taxas, pela atuação em ofertas de debêntures.
Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas para financiar projetos, aumentar o capital e reestruturar dívidas.
“Estamos buscando retomar o lançamento do IPO, que representa o custo mais econômico para as empresas”, afirmou Mercadante. Ele também mencionou que o banco, anteriormente envolvido na organização e na distribuição de debêntures, “nunca recebia taxa”. No entanto, “isso mudou agora”.
As emissões de debêntures pelo BNDES aumentaram nos últimos anos. Em 2022, o banco emitiu R$ 6,3 bilhões em títulos de dívida e subscreveu R$ 5,3 bilhões.
Até setembro de 2023, as ofertas do BNDES totalizaram R$ 15,5 bilhões, com R$ 10,9 bilhões de subscrição.
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Subscrição é o processo pelo qual os banqueiros de investimento conseguem levantar capital de investidores em nome de empresas e governos, ou até emitem ações ou títulos de dívida.
De acordo com Mercadante, o BNDES “teve um papel crucial na introdução de debêntures este ano, com 24% do total emitido passando pelo banco”.
O presidente também se pronunciou sobre críticas do mercado em relação à participação do banco em ofertas, como no caso da Aegea, uma das principais empresas de saneamento privado no país.
A empresa captou R$ 5,54 bilhões em debêntures em agosto, com a demanda ultrapassando os R$ 9,6 bilhões. Isso resultou em uma redução no spread (diferença entre o preço de compra e venda de um ativo).
“Estamos reduzindo o spread para quem? Para aqueles que vão pagar pelo serviço de saneamento no futuro”, disse Mercadante. “Quanto menor o custo, mais investimento e mais barato será o serviço que a população paga.”