O ministro da Defesa José Múcio Monteiro afirmou que os depoimentos do ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior dados à Polícia Federal confirmam que as Forças Armadas não tinham nenhuma relação com a possibilidade de decretação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), Estado de Defesa ou Estado de Sítio para anular o resultado das eleições de 2022. A declaração do ministro foi feita em entrevista ao jornal O Globo neste sábado (16).
“Cada vez mais minha teoria se confirma de que as Forças não tinham envolvimento com esse assunto. Eram algumas pessoas das Forças Armadas que tinham interesse nisso”, afirmou o ministro. Depoimentos dos ex-comandantes à PF foram divulgados na sexta-feira (15). Freire Gomes e Baptista Junior afirmaram ter participado de reuniões com Jair Bolsonaro em 2022, quando o então presidente teria considerado a possibilidade de interferência no Tribunal Superior Eleitoral.
Em declaração à Polícia Federal, Freire Gomes, ex-comandante do Exército no governo anterior, mencionou que deixou claro nos encontros com Bolsonaro e também com o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Oliveira, que “não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional”. Também pontuou ter afirmado “que não haveria mais o que fazer em relação ao resultado das eleições e que qualquer atitude, de acordo com as propostas, poderia resultar em responsabilização penal”, conforme registrado no inquérito.
O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, adotou postura equivalente, asseverando não concordar com qualquer possibilidade de intervenção.