Ao redigir este texto, a Petrobras tinha perdido R$ 30 bilhões em valor de mercado. Sim, mais uma vez os investidores foram pegos de surpresa por esse grupo encantador que está no controle da nossa embarcação sem direção.
Existem diversas desvantagens em não possuir dinheiro: cada conta parece uma condenação, é complicado chegar ao final do mês, você não pode frequentar restaurantes e é difícil arranjar relacionamentos amorosos (já li que ter pai pobre é destino, mas ter sogro pobre é tolice). Mas há uma vantagem: você nem pode sonhar em investir em empresa brasileira controlada pelo Estado.
Quando o grupo encantador abre a boca para falar sobre a Petrobras ou anunciar uma medida que a afete, o indivíduo com menos recursos deve sentir um grande alívio. O mesmo se aplica à Vale, sobre a qual o governo quer colocar a sua mão incisiva.
Em outubro do ano passado, os investidores da corporação viram a Petrobras ter o seu valor de mercado reduzido em R$ 32 bilhões devido à proposta de alteração no seu estatuto que permitirá, mais uma vez, a nomeação de políticos para cargos de gestão.
Sem lucros, o que farão os investidores da Petrobras?
Neste momento, a queda das ações se deve ao fato de que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, um homem sem hífens, afirmou à Bloomberg que a corporação será mais cuidadosa na distribuição de dividendos excepcionais, em virtude da sua transição rumo à energia renovável.
“Precisamos ser cuidadosos. Os investidores vão compreender. Eu seria mais conservador do que agressivo. Estamos no meio dessa grande decisão de nos tornarmos uma empresa de petróleo em transição”, declarou Jean Paul Prates.
Os investidores compreenderam, de fato. Compreenderam que receberão menos dividendos e começaram a se questionar por que, então, não investir em outra empresa petrolífera, já que não haverá compensação para o risco de aportar recursos em corporação controlada por esse grupo encantador.
