Oficialmente sendo investigado pela Procuradoria-Geral da República, que pediu a abertura de um inquérito ao STF, André Janones tinha ambições políticas. Segundo aliados, o deputado planejava concorrer à Presidência da República em 2026 e sonhava em ter o apoio de Lula.
No plano traçado por Janones, Lula, que atualmente tem 78 anos, abriria mão de buscar a reeleição para ceder espaço à “renovação”. Com uma abordagem jovem e uma linguagem popular, o deputado pretendia ocupar esse espaço em meio à escassez de políticos de esquerda com popularidade eleitoral próxima à do presidente.
Em 2022, Janones chegou a cogitar concorrer à Presidência, mas acabou desistindo para apoiar o petista, coordenando as mídias sociais da campanha de Lula. Após a eleição, ele tentou obter um cargo no governo para se aproximar ainda mais do presidente e amadurecer seus planos.
Filiado ao Avante, Janones planejava ocupar o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, mas não teve sucesso. Sua postura agressiva durante a campanha desagradou os petistas, que temiam que, uma vez no governo, o deputado se tornasse alvo de controvérsias.
Sendo alvo da PGR, Janones desiste definitivamente da ideia de concorrer na próxima eleição presidencial. Se em 2023 o deputado começou com a intenção de concorrer à Presidência, ele termina o ano apenas torcendo para não ter o mandato cassado.
Conselho de Ética
Ao solicitar ao Supremo a abertura de inquérito, a PGR citou uma reportagem que revelava áudios nos quais o parlamentar coordenava um esquema de desvio de dinheiro em seu gabinete.
Janones também se tornou alvo de um pedido de cassação na Câmara dos Deputados, feito pelo PL, partido com o maior número de assentos na Casa. Esse pleito será analisado pelo Conselho de Ética.