sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Apreciação Wish | Filme que comemora o centenário da Disney é uma animação comum

    No ano de 2023, a Walt Disney Studios comemora 100 anos e, para marcar a celebração, optou por lançar Wish: O Poder dos Desejos, uma animação que relata a história de uma jovem que é auxiliada pela Star, a estrela cadente que já atendeu aos pedidos de vários outros personagens da marca, como Pinóquio, entre outros. Com um enredo comovente, o filme foi concebido para ser o lançamento mais significativo da empresa em anos, no entanto, infelizmente sua trama acabou sendo excessivamente genérica, resultando em um filme pouco memorável.

    Para começar, a narrativa acompanha a vida de Asha, uma jovem que reside no Reino de Rosas, um local governado pelo Rei Magnífico, um feiticeiro atraente e, aparentemente, benevolente, que guarda todos os desejos dos moradores e tenta realizá-los sempre que possível. Entretanto, ao participar de uma entrevista para se tornar sua aprendiz, Asha descobre que, na realidade, ele não passa de um trapaceiro que engana os súditos.

    Desiludida e convencida de que seu avô de 100 anos nunca terá seu desejo realizado, ela se isola na floresta e reza às estrelas para que tudo isso mude. É a partir desse ponto que a “magia Disney” entra em cena e o filme sofre uma reviravolta: Asha ganha a companhia de uma estrela mágica que, além de realizar desejos, a coloca em diversas situações complicadas.

    Seguindo a mesma estrutura de sempre, Wish é um trabalho totalmente previsível, especialmente para aqueles que cresceram assistindo aos filmes do estúdio do Mickey. Não há nenhuma inovação na narrativa, exceto pelo fato de Asha não necessitar de um príncipe encantado ou qualquer outro amor romântico para salvá-la — uma “novidade” que já temos visto há pelo menos uma década em filmes como Frozen e Moana.

    Com isso, o filme inicialmente apresenta um problema para o público, depois há uma série de canções e milagres pelo caminho, e por fim, a narrativa conclui com um desfecho feliz. Essa repetição não cativa, mas não seria um grande obstáculo, considerando que o filme foi criado justamente com o propósito de homenagear o estúdio Disney e todos os outros filmes que antecederam este.

    No entanto, as coisas começam a se complicar de fato quando dedicamos atenção aos personagens. O Rei Magnífico parece uma cópia do Metro Man de Megamente (filme da DreamWorks), enquanto o bode possui o mesmo carisma e espírito divertido do Burro do Shrek, ou seja, já vimos esse personagem antes. Asha, por sua vez, é comum e semelhante a qualquer outra princesa da Disney que você já tenha visto, especialmente aquelas mais decididas. Não há nada que traga novidade à trama.

    Além disso, os easter eggs estão espalhados pelo filme de maneira evidente e servem apenas para proporcionar uma sensação de nostalgia aos mais velhos, visto que as crianças mal percebem que os sete amigos da jovem fazem referência clara aos sete anões da Branca de Neve. E, uma vez que o filme se concentra tanto nesse aspecto, poderia ter reservado alguns minutos para mostrar a ligação da Star com a música When You Wish Upon a Star de Pinóquio.

    Os acertos ficam por conta daquilo que a Disney executa com excelência: música e animação. A combinação da técnica em aquarela com o efeito 3D conferiu aos desenhos uma bela presença em cena, e as músicas não são apelativas e escapam do efeito grudento.

    O ponto alto musical é quando todos da floresta cantam, incluindo a Árvore Mãe, que conta com a voz imponente de Alcione. É agradável ouvir aquele vozeirão na personagem.

    Wish é atraente e agradável, porém comum

    Ao término da sessão de cinema, o público certamente sairá com a sensação de ter assistido a um clássico filme da Disney com todos os elementos que todas as histórias proporcionam — exceto pelo beijo do príncipe, o que é um acerto. No entanto, por ter sido divulgado como a grande novidade da marca e a celebração do centenário da empresa, Wish necessitaria de muito mais impacto e magia para ser verdadeiramente marcante.

    Para as crianças, o filme é apenas mais um; já os adultos ficam com a impressão de que, se é para assistir a um clássico, é melhor rever qualquer outro título da empresa. Que tal Cinderela?

    Não é de se surpreender que o filme tenha recebido críticas negativas da mídia internacional e se estabelecido como o primeiro tomate podre do estúdio no Rotten Tomatoes desde Galinho Chicken Little.

    Claro, ele segue o padrão de qualidade da Disney e continua sendo uma opção decente para as férias de janeiro, mas está longe de corresponder ao que se espera do grande lançamento da marca, especialmente em uma data tão simbólica. O centenário merecia mais.

    Vale ressaltar que, caso queira tirar suas próprias conclusões, o filme estará em cartaz nos cinemas do Brasil a partir do dia 4 de janeiro de 2024.

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