quarta-feira, 3 julho, 2024
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    Aquecimento: quais os impactos das elevadas temperaturas no corpo humano?

     

    Nos últimos meses, ondas de calor têm afetado diferentes países, inclusive o Brasil, que recentemente enfrentou um bloqueio atmosférico junto com a chegada do El Niño. Em meio a esse extremo de temperatura, é comum nos questionarmos: qual o impacto do calor no organismo? Quando ele representa um risco para a saúde? A preocupação é válida, já que o calor pode, de fato, levar à morte, de várias maneiras distintas, na maioria das vezes em relação à umidade e hidratação, ou ausência dela.

    Os riscos do calor ocorrem tanto em condições secas quanto úmidas, mas as consequências para o corpo serão diferentes. O fundamental é sempre manter os cuidados básicos, como hidratação e evitar a exposição ao sol em temperaturas elevadas, especialmente quando se trata de idosos, crianças ou pacientes com doenças crônicas, que possuem uma saúde mais frágil.

    O calor no corpo e seus perigos

    Como seres de sangue quente, nós, como mamíferos, possuímos um mecanismo interno de regulação de calor, buscando manter uma média de temperatura em torno de 36,5 ºC e, quando expostos a muito calor (conhecido como estresse térmico), nosso organismo adota medidas para resfriamento. A mais comum, ocorrendo antes de qualquer outra, é a produção de suor.

    Desidratação

    Ao suarmos, fica evidente que estamos perdendo líquido. Se a água perdida nesse processo não for reposta, podemos desidratar, o que, entre outros efeitos, diminui o volume de sangue circulante, afetando também a pressão arterial. O sangue também se torna mais viscoso, aumentando assim as chances de coagulação.

    Problemas cardiovasculares

    Como forma de dissipar o calor, o coração passa a bater mais rapidamente. Portanto, para pessoas com problemas cardíacos, um grande aumento de temperatura também aumenta as chances de ataque cardíaco, arritmias, AVCs e obstrução de veias.

    Distúrbios nervosos e musculares

    O excesso de suor também desequilibra a quantidade de eletrólitos nos fluidos corporais, podendo afetar as funções musculares e nervosas. Em casos graves, isso pode resultar em convulsões, espasmos cardíacos e dificuldades respiratórias, o que representa um perigo para a saúde.

    Hipertermia e falência de órgãos

    Em casos de desidratação severa, o corpo começa a reter o restante de água, reduzindo assim a produção de suor. Quando o suor para ou o clima fica muito quente e úmido para a transpiração, a temperatura corporal sobe – uma vez que atinge os 42 ºC, a desnaturação das proteínas se inicia, levando à falência de órgãos e comprometimento das funções das células nervosas.

    Os mais vulneráveis ao calor são comunidades excluídas, onde há pouca presença de aparelhos de ar-condicionado e os trabalhos podem ser mais intensos, em condições extenuantes, demandando trabalho ao ar livre.

    Suor e alta umidade

    O suor funciona porque a dilatação dos vasos sanguíneos permite que mais sangue chegue à superfície do corpo e dissipe seu calor através dos poros. Quando a pele está seca, a água eliminada evapora, levando consigo o calor. Em condições secas, a evaporação é rápida, mas, quanto mais úmido, mais difícil é o processo. Isso é chamado de “temperatura de bulbo úmido”, que se refere não apenas ao calor no ar, mas à eficiência da evaporação em uma superfície úmida, como a pele.

    Em baixas umidades, o corpo humano consegue suportar altas temperaturas, desde que haja água disponível para beber. Em locais úmidos, porém, a temperatura de bulbo úmido de 35 ºC já é bastante difícil de suportar, sendo confortável apenas com o uso de ar-condicionado ou consumo de água gelada.

    Mortalidade e calor

    Os riscos do calor não são apenas teóricos. Uma análise da revista médica Nature, realizada em 2022, revelou que temperaturas extremas (incluindo o frio, nesse caso) causaram cerca de 6% das mortes na América Latina, com a participação de universidades brasileiras na pesquisa. Para isso, foi examinada a relação entre os dias quentes e frios e a mortalidade em 326 cidades de nove países latino-americanos.

    Foram analisados mais de 15 milhões de óbitos e as conclusões mostraram que temperaturas extremas estavam mais relacionadas às mortes de pacientes com doenças cardiovasculares e respiratórias, especialmente crianças e idosos, os mais vulneráveis da população. No calor, especificamente, a cada grau Celsius a mais na temperatura, houve um aumento de 5,7% nas mortes. Em relação às mortes por infecções respiratórias, no entanto, o frio excessivo foi o responsável por 10% desses óbitos.

    Na última quarta-feira (8), a Organização Meteorológica Mundial emitiu um comunicado informando que o El Niño, fenômeno que tem elevado as temperaturas há meses, ainda deve persistir até abril de 2024. Com alguns dos meses entre os mais quentes já registrados e o ano, em geral, próximo de atingir recordes, é provável que ocorram picos entre novembro e janeiro, já que o El Niño atingiu força moderada em setembro passado.

     

     

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