quarta-feira, 3 julho, 2024
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    Aumento de óbitos de yanomamis e expansão do garimpo ilegal durante gestão de Lula

    Além do crescimento de 50% na quantidade de mortes de yanomamis, o território yanomami também teve aumento no garimpo ilegal em 2023. O Instituto Socioambiental (ISA) e a Hutukara Associação Yanomami divulgaram nesta sexta-feira (26) um relatório que demonstrou que o garimpo aumentou 7% no último ano em comparação com 2022. O relatório destaca que “a atividade ilegal continua operando com intensidade no território.”

    O documento revela que as áreas atingidas pelo garimpo ilegal no território alcançaram a marca de 5.432 hectares em 2023. O relatório aponta que no segundo semestre houve um “relaxamento das ações de repressão, especialmente depois que as forças armadas assumiram um maior protagonismo nas operações” e sinaliza “a reativação e a intensificação da exploração em diversas zonas”.

    Além de impactar a economia das famílias, que dependem de peixes, caça e de terra saudável para plantar, o garimpo também afeta a saúde das pessoas através da disseminação de doenças infectocontagiosas, do aumento da violência e da contaminação por mercúrio”, conforme mencionado no relatório.

    Frente ao aumento do garimpo ilegal, o relatório aponta que “o governo ainda não apresentou um novo plano para a expulsão dos garimpeiros da TIY”. “O plano inicialmente apresentado pelo governo atual levaria apenas 9 meses para retirada total (Fase 01 – 90 dias; Fase 2 – 180 dias), e, infelizmente, não logrou sucesso”, explica.

    As instituições também destacam que o garimpo ilegal “desestabiliza” o serviço de saúde e gera “insegurança e conflito” nas zonas. “Os profissionais de saúde têm evitado realizar visitas em muitas aldeias, com sérias implicações para a realização de ações fundamentais de atenção básica, como vacinação, busca ativa de malária, pré-natal, etc”, explicam no relatório.

    Ao final do relatório, as entidades apresentam algumas recomendações para as próximas etapas de enfrentamento da emergência sanitária. “Os dados demonstram que embora o atual governo tenha se mobilizado para combater o garimpo ilegal na TIY em 2023, os esforços foram insuficientes para neutralizar a atividade na sua totalidade”, conclui o relatório.

    Entre as recomendações, propõem a “retomada urgente de operações de desintrusão de garimpeiros no Território”, o “desenvolvimento de um plano para estimular o desarmamento voluntário nas regiões sensíveis”, a “promoção de ajustes na resposta à crise sanitária”, entre outras.

    Malsucedidas ações do governo

    Desde janeiro do ano passado, o governo federal implementa uma força-tarefa com o intuito de reduzir a prolongada situação de desassistência sanitária na região habitada pela etnia, que abrange parte dos estados de Roraima e Amazonas. Para especialistas, existem crônicos problemas na região que persistem ao longo dos anos e não têm solução fácil.

    Apesar disso, no início do mandato, Lula (PT) relacionou o aumento da mortalidade e os índices de desnutrição e doenças dos yanomamis a uma tentativa de “genocídio” por parte do governo anterior, de Bolsonaro, e prometeu rápida resolução da crise.

    Contudo, conforme divulgado pela Gazeta do Povo, um relatório da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde publicado no começo do ano constatou que as mortes de yanomamis em 2023 cresceram quase 50% em relação ao ano anterior. Foram 308 vítimas contra 209 em 2022.

    Em uma reunião com a equipe do governo, no último dia 9, o presidente Lula decidiu fazer uma “reavaliação estratégica” das ações contra o garimpo ilegal. Ele afirmou que o combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, deve ser tratado como “questão de estado” e comparou o combate a eles como uma “guerra”.

    Inicialmente, o governo de Lula planejou concluir a desintrusão em 180 dias, agora busca apresentar uma nova estratégia após não atingir o objetivo previsto. O presidente reforçou o compromisso de tratar a questão como prioridade e assegurou que o estado brasileiro não aceitará derrotas na luta contra o garimpo ilegal na terra yanomami.

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