O Brasil e a China realizaram pela primeira vez uma transação mercantil em volta fechado utilizando unicamente suas moedas locais, e sem precisar do dólar.
A informação foi divulgada nesta terça-feira, 3, pelo Banco da China Brasil SA, subsidiária do quarto maior banco estatal chinês.
A transação foi uma exportação de celulose da empresa paulista Eldorado Brasil. A operação foi transacionada e liquidada em yuan e convertidas para o real.
A celulose foi enviada em agosto do porto de Santos para o de Qindao, e as transações financeiras ocorreram em setembro.
Operação muito noticiada na China
A operação teve uma ampla repercussão midiática na China, sendo considerada pela mídia estatal chinesa uma vez que um “marco na história do transação sino-brasileiro, que fornecerá os caminhos para mais empresas”.
A televisão pública chinesa CGTN definiu a transação uma vez que uma “boa notícia para o mundo multipolar”.
Saiba mais: Presidente da Evergrande é posto sob escolta policial
Segundo empresas brasileiras que exportam produtos para a China, há um aumento de interesse por seção dos compradores locais em realizar transações sem usar o dólar.
Lula já disse ser ‘contra’ o dólar
Em abril deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a Pequim e assinou com o presidente chinês Xi Jinping um memorando de entendimento para promover o transação bilateral nas moedas locais.
Outros movimentos na mesma direção estão sendo feitos desde o início do ano, inclusive pelos dois bancos centrais dos dois países.
Na posse de Dilma Rousseff uma vez que presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o chamado Banco do Brics, Lula instigou que deve ter alternativas para comércios feitos em dólar.
“Por que não podemos fazer o nosso transação lastreado na nossa moeda?”, declarou o presidente, na ocasião.
“Quem é que decidiu que era o dólar? Nós precisamos ter uma moeda que transforme os países numa situação um pouco mais tranquila, porque hoje um país precisa passar detrás de dólar para exportar”, salientou Lula durante a visitante na China.