O chefe da Coalizão Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA), comunicou, nesta terça-feira, 12, que a diretoria do partido se reunirá na quarta-feira 13 para decidir sobre o afastamento do atual presidente da legenda, Luciano Bivar.
“A alternativa é afastar o presidente ou não”, declarou Elmar aos jornalistas. “As declarações feitas pelo presidente não representam nosso partido, nossa bancada, não nos representam. Seria melhor que ele, voluntariamente, solicitasse seu afastamento, para que não sejamos obrigados a deliberar sobre isso.”
A reunião, prevista para ocorrer na sede da Coalizão Brasil, está marcada para iniciar à tarde, de forma a possibilitar a participação dos governadores e prefeitos do partido, que integram a diretoria.
A decisão vem horas após a residência do presidente eleito do partido, Antonio de Rueda, ser incendiada. A casa está localizada no litoral de Pernambuco. A residência da tesoureira do partido, Maria Emilia de Rueda, também foi incendiada.
No momento do incêndio, Rueda estava em Miami, nos Estados Unidos, quando recebeu a notícia. O incêndio ocorreu em meio a uma discussão entre Rueda e Bivar, que admitiu ter ameaçado o presidente eleito e sua família às vésperas da eleição do partido para a presidência. Segundo Bivar, ambos se ameaçaram.
Nesta manhã, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, uma das principais figuras da Coalizão Brasil, afirmou à Globo News que os incêndios envolvem crimes de “pistolagem” e que Bivar seria o responsável. Segundo o governador, o partido acionará o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Conselho de Ética com o intuito de cassar o mandato de Bivar.
A Revista Oeste publicou que Caiado declarou que a Coalizão Brasil deve acionar o Conselho de Ética do partido e o TSE para requerer o afastamento de Bivar.
Elmar explicou que autorizou alguns deputados a conversarem com Bivar para discutir uma eventual renúncia ao cargo.
“Já existe uma representação solicitando o afastamento do presidente, que ele já recebeu notificação internamente no partido, por alguns fatos, outros ocorreram, mas por alguns fato já existe uma representação”, complementou o líder do partido na Câmara.
Elmar esclareceu que os membros do partido se sentem “constrangidos”. No entanto, destacou que Bivar terá direito a um “processo legal”, incluindo o direito de defesa.
“O mais significativo para nós, hoje, não é o fato em si que será consumado, pois isso ocorreria de qualquer maneira daqui a três meses”, continuou Elmar, lembrando que em junho Rueda assumirá a liderança da Coalizão Brasil.
“O que mais importa é a mensagem política de que nosso partido está unido, sem qualquer divisão”, concluiu.
A disputa entre Bivar e Rueda na Coalizão Brasil
Sob condição de anonimato, deputados do partido relataram à Revista Oeste que Bivar teria ameaçado Rueda e seus familiares. Em 29 de fevereiro, Bivar mencionou uma conversa por telefone que teve com Rueda na segunda-feira 26, que, segundo ele, foi gravada sem seu consentimento.
“Eu disse que não aceitava as propostas inadequadas que ele estava fazendo e que iria ‘prejudicá-lo’”, relatou Bivar, sem detalhar quais propostas “inadequadas” foram feitas por Rueda. Apesar de negar ter ameaçado a família de Rueda, Bivar admitiu ter ameaçado seu oponente. “Ele também disse que iria me prejudicar”, prosseguiu. De acordo com o presidente da Coalizão Brasil, o áudio supostamente gravado por Rueda foi editado.
Em 1° de março, Rueda foi eleito presidente do partido após Bivar tentar adiar a eleição do partido. Bivar permanece no comando da legenda até o final de maio.
