Após um período de crescimento agressivo nos últimos três anos, a empresa de atacado Assaí vai diminuir os investimentos e desacelerar a sua expansão. Com a geração de receitas do próximo ano, a empresa planeja quitar os custos de investimentos e suas obrigações financeiras.
Atualmente, o passivo financeiro da empresa totaliza R$ 13,8 bilhões, com a maior parte das obrigações concentrada em 2025 (R$ 3,9 bilhões). Em 2024, há um montante de R$ 1,9 bilhões e mais R$ 1,9 bilhões em 2026.
O número de novas unidades comerciais diminuirá de 27 neste ano para 15 em 2024, e o capex será reduzido na mesma proporção, caindo de R$ 3,41 bilhões gastos nos últimos 12 meses para um valor entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões no próximo ano.
Capex é a sigla em inglês que representa despesas de capital ou investimentos em bens de capitais. A expressão é utilizada no mundo dos negócios para avaliar como o fluxo de caixa de uma empresa é aplicado em seus investimentos.
Diretora financeira do Assaí afirma que nova abordagem operacional quitará dívidas
A diretora financeira do Assaí, Daniela Sabbag, comunicou na segunda-feira, 27, que “a partir do segundo semestre, a geração operacional vai cobrir o custo da dívida e [d]os investimentos”.
“A dívida em si não diminui em 2024, pois continuamos investindo”, disse Daniela. “Deve permanecer estável, mas vamos gerar receitas para quitar os juros e os investimentos.”
O Assaí gerou R$ 4,86 bilhões em receita operacional nos últimos 12 meses e investiu R$ 4,73 bilhões no mesmo período. Apesar de a geração de receita livre ter sido positiva em R$ 132 milhões, os benefícios aos acionistas (R$ 89 milhões) e o ônus financeiro causaram um saldo de caixa negativo para o Assaí, de quase R$ 1,63 bilhão durante este período.