sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Como o maior primata da história sumiu da Terra

    Há centenas de milhares de anos, os gigantes símios da espécie Gigantopithecus blacki, com cerca de 3 m e pesando 300 kg, habitavam o sul da China. Até hoje, esses macacos mantêm o título de maiores primatas que já viveram no planeta, mas desapareceram de forma misteriosa. Agora, paleontólogos reconstróem as circunstâncias daquela época e descobrem o que levou à extinção desses animais.

    Dirigido por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências (ACC), o mais recente estudo revelou que os macacos gigantes foram extintos por não terem se adaptado às mudanças climáticas enfrentadas na região. Enquanto isso, outras espécies de primatas prosperaram, como os orangotangos Pongo weidenreichi.

    A extinção do gigante primata

    “A história do maior primata que já existiu é um enigma na paleontologia — como poderia uma criatura tão poderosa ser extinta numa época em que outros primatas estavam se adaptando e sobrevivendo?”, questiona Yingqi Zhang, cientista da ACC e um dos autores do estudo, em nota.

    Para encontrar respostas sobre o desaparecimento do Gigantopithcus blacki, os pesquisadores analisaram os vestígios fósseis da espécie, que consistem em cerca de 2 mil dentes preservados e quatro robustos maxilares. Todos esses achados estavam preservados em cavernas da província de Guangxi, no sul da China.

    Analisando os fósseis do Gigantopithcus blacki

    É verdade que os registros fósseis não podem “dizer” o que levou à extinção do maior primata que já habitou a Terra, mas eles podem dar vários indícios. Por exemplo, a época em que ocorreu a extinção. Com essa data aproximada, é possível entender o que estava acontecendo na região.

    A partir das análises dos dentes e até mesmo do pólen encontrado, a conclusão dos cientistas é que o desaparecimento do primata gigante ocorreu cerca de 295 mil a 215 mil anos atrás.

    No período, as florestas locais estavam passando por uma transformação, deixando de ter uma densa cobertura vegetal, árvores de grande porte, água abundante e uma diversidade de frutos ricos em nutrientes. Em consequência, a paisagem passou a ser ocupada mais por pastagens e gramíneas, com menos acesso à comida e maior risco de incêndios.

    As mudanças climáticas que ocorreram ao longo de milhares de anos foi a ruína para a espécie. O Gigantopithcus blacki não conseguiu lidar com a escassez de recursos — considerando as suas gigantes proporções, era necessária uma alimentação muito rica para mantê-lo. No oposto, os primatas menores e mais aptos conseguiram se destacar, proliferando por toda a região, como os orangotangos.

    Como evitar a sexta extinção?

    “Com a ameaça de um sexto evento de extinção em massa [da biodiversidade] pairando sobre nós, há uma necessidade urgente de compreender como as espécies são extintas”, comenta Kira Westaway, da Universidade Macquarie, na Austrália. Ela também é uma das autoras do estudo.

    “Explorar as razões das extinções passadas não resolvidas vai nos dar um bom ponto de partida para compreender a resiliência dos primatas e o destino de outros animais de grande porte, no passado e no futuro”, acrescenta Westaway.

    Fonte: Nature e Scimex  

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