quarta-feira, 3 julho, 2024
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    Conheça problemas que bloqueio de Lula à isenção pode ocasionar

    Organizações, legisladores e representantes de setores econômicos atingidos pela decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não estender a isenção da folha de pagamento antevêem que o cenário econômico do país em 2024 será de instabilidade e sérios prejuízos caso a determinação de Lula se mantenha.

    Sem a medida, os 17 setores afetados pelo bloqueio preveem desemprego e incerteza jurídica e afirmam que a retomada do pagamento de encargos terá impacto no aumento de despesas com consequências na inflação.

    A isenção está em vigor, porém tem validade até 31 de dezembro deste ano. O projeto vetado por Lula pretendia prorrogar a medida até 31 de dezembro de 2027. Conforme o texto, as empresas isentas pagam uma contribuição que varia de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha dos funcionários.

    O bloqueio de Lula ainda será examinado no Congresso. A tendência é que legisladores derrubem a decisão do Executivo na próxima sessão conjunta, que pode ocorrer na terça-feira (28).

    Insegurança e inflação

    O término da isenção é apontado como fator de influência sobre os preços médios praticados em diversas cadeias produtivas. As empresas alegam que não terão como absorver integralmente os impactos do aumento dos encargos a partir de janeiro de 2024.

    Nesta sexta-feira (24), a Confederação Nacional do Transporte (CNT) afirmou que, sem a isenção, os valores das passagens e do frete vão aumentar. Segundo cálculos da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o fim da política tributária deve gerar um acréscimo de 6,78% nos custos totais do serviço, levando, como consequência, a um reajuste médio das tarifas para o passageiro de até R$ 0,31. Atualmente, o valor médio da tarifa nacional está em torno de R$ 4,60 e, portanto, pode ultrapassar R$ 4,91 em razão do veto.

    Representantes do setor de serviços digitais, internet e tecnologia da informação também preveem aumento no preço dos serviços. Em nota, eles classificaram a decisão do Executivo como uma “insensibilidade social”.

    A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) alertou para “risco sistêmico” com o fim da política. “O aumento da carga tributária sobrecarregará os custos, o que, provavelmente, gerará aumento de preços, impactando a capacidade de consumo da sociedade”, argumentou a entidade.

    Risco de desemprego

    Ao todo, 17 setores são atingidos pelo bloqueio de Lula. Juntos, eles empregam mais 9 de milhões de pessoas. Segundo representantes de empresas dos segmentos, o fim da isenção põe em risco cerca de 1 milhão de postos de trabalho.

    A análise dos dados do mercado de trabalho da política de isenção, comparando os 17 setores isentos com os setores que foram submetidos à retomada de encargos a partir de 2018, demonstra que os setores isentos são capazes de maior geração de emprego. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em dezembro de 2022 os setores isentos alcançaram 8,93 milhões de trabalhadores, e os setores retomados, 6,32 milhões.

    Em termos de evolução da empregabilidade, no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022, os setores isentos contrataram mais de 1,2 milhão de novos trabalhadores, o que corresponde a cerca de 15,5% de crescimento, enquanto os setores retomados contrataram pouco mais de 400 mil novos trabalhadores, o que equivale a 6,8% de crescimento. Esses dados são utilizados na justificativa do relatório do projeto de lei vetado por Lula, apresentado pela deputada Any Ortiz (Cidadania-RS).

    A isenção também impactou a remuneração dos trabalhadores. Segundo dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), a iniciativa garantiu, em 2022, aumento de 19,5% na remuneração dos empregados desses setores. Se a folha não tivesse sido isenta, o salário médio desses segmentos seria de R$ 2.033. Com a isenção, a média salarial desses trabalhadores subiu para R$ 2.430.

    Sobre o projeto

    O projeto da isenção foi aprovado pelo Congresso Nacional em 25 de outubro. Conforme o texto, a contribuição previdenciária patronal sobre a folha de salários é substituída por uma contribuição incidente sobre a receita bruta do empregador. A contribuição patronal é paga por empregadores para financiar a seguridade social.

    Em vez de o empresário pagar 20% sobre a folha dos funcionários, o tributo pode ser calculado com a aplicação de um percentual sobre a receita bruta da empresa, que varia de 1% a 4,5%, conforme o setor.

    A contribuição é feita, mas passa a se adequar ao nível real da atividade produtiva do empreendimento. Em outras palavras, as empresas que faturam mais contribuem mais. Com isso, é possível contratar mais empregados sem gerar aumento de impostos.

    Quais são os setores?

    • confecção e vestuário;

    • calçados;

    • construção civil;

    • call centers;

    • comunicação;

    • construção e obras de infraestrutura;

    • couro;

    • fabricação de veículos e carroçarias;

    • máquinas e equipamentos;

    • proteína animal;

    • têxtil;

    • tecnologia da informação (TI);

    • tecnologia da informação e comunicação (TIC);

    • projeto de circuitos integrados;

    • transporte metroferroviário de passageiros;

    • transporte rodoviário coletivo; e

    • transporte rodoviário de cargas.

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