O Passivo Público do Governo Geral (DBGG), que atingiu R$ 6,52 trilhões em 2023, ultrapassou a marca de R$ 8,2 trilhões em janeiro. O montante equivale a 75% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, sendo o pico mais alto desde julho de 2022, quando a dívida estava em 75,23%. Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira, 7.
O DBGG é uma das métricas utilizadas para avaliar, por parte das agências internacionais de classificação de risco, a capacidade de solvência do país. Ele abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o BC e as empresas estatais.
Na prática, quanto maior o endividamento, maior o perigo de inadimplência por parte do Brasil. Segundo o BC, as principais razões para o aumento foram:
- O impacto dos juros nominais apropriados (aumento de 0,7 pontos percentuais);
- Emissão líquida de débito (aumento de 0,4 pontos percentuais);
- Efeito da desvalorização cambial (aumento de 0,1 ponto percentual); e
- Variação do PIB nominal (redução de 0,5 pontos percentuais).
Há um ano, a dívida era de 71,38%, subindo 3,65 pontos percentuais desde janeiro de 2023. O endividamento do Brasil cresce com a maior despesa com juros.
Em meio ao crescimento do débito público, superávit primário do setor público atinge a mínima histórica desde 2021
O setor público consolidado, composto por União, Estados, municípios e empresas estatais, registrou superávit nominal de R$ 22,2 bilhões em janeiro. Ao longo do mês, foram pagas dívidas no valor de R$ 79,9 bilhões, um acréscimo de R$ 27,6 bilhões em relação a janeiro de 2023.
Apesar do recorde no saldo primário do setor público, o superávit primário alcançou sua mínima para o mês desde 2021.
Em um período de 12 meses, o déficit nominal totalizou R$ 991,9 bilhões, representando 9,06% do PIB. Esse resultado mostra um aumento em comparação aos R$ 967,4 bilhões de déficit registrados em dezembro de 2023.
