O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) — responsável pela condenação de Lula no âmbito da Operação Lava Jato — contratou o ativista do PT Célio Golin para dar uma aula a juízes no Rio Grande do Sul. O palestrante é o fundador do partido na cidade de Nonoai, localizada a 400 quilômetros de Porto Alegre.
Durante o período eleitoral, o palestrante compartilhou no Instagram uma foto ao lado de Olívio Dutra, ex-presidente nacional do PT. Em suas publicações, o “professor” exibe em camisas e bandeiras a imagem do então candidato e a frase “Lula livre”.
Golin se autodenomina defensor dos direitos humanos. Ele é também o fundador do Grupo pela Livre Expressão Sexual (Nuances), que participou da primeira parada gay do Rio Grande do Sul.
A condenação de Lula pelo TRF-4
Em novembro de 2019, a 8ª Turma do TRF-4 confirmou, por unanimidade, a condenação de Lula no processo referente a um sítio de Atibaia (SP) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Os magistrados aumentaram a pena do atual presidente da República de 12 anos e 11 meses para 17 anos de reclusão em regime fechado e pagamento de multa superior a R$ 842 mil.
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Esta foi a segunda apelação criminal envolvendo Lula julgada pelo tribunal no contexto da Operação Lava Jato.
Essa e outras sentenças foram posteriormente anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Curso de formação para juízes
Conforme informações do TRF-4 ao Metrópoles, “o curso ministrado por Célio Golin foi dado a 30 juízes federais de primeiro grau, em janeiro deste ano, em participação única e eventual”. Segundo o site, o valor do contrato foi de R$ 556.
O TRF-4 explicou em comunicado que “Célio Golin participou, como debatedor convidado, de uma mesa em curso de formação para juízes federais de primeiro grau (30 magistrados aprovados no último concurso), no dia 15/1, de forma única e eventual”.
De acordo com o tribunal, o convite para a participação do membro do PT para o “diálogo formativo” decorre de sua “ampla experiência como membro da sociedade civil em diálogo com atores do sistema de Justiça, com reconhecida experiência e reflexão sobre a demanda de direitos civis e fundamentais junto ao sistema de Justiça.”
