O advogado Eduardo Kuntz, que trabalha na defesa do coronel Marcelo Câmara, afirmou, hoje, 23, que irá acionar a Comissão de Prerrogativas da Seccional Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil.
De acordo com Kuntz, seu cliente teve o “direito de autodefesa retirado pela autoridade policial, sob o censurável argumento de que não havia tempo suficiente para a realização da sua oitiva”. Isso porque o depoimento do militar, feito pela Polícia Federal (PF), em 22 de julho, ocorreu sem a presença de Kuntz, o que teria levado Câmara a permanecer em silêncio. “Infelizmente, foi coagido”, relatou a defesa, ao Oeste.
Também responsável por Tércio Arnaud, Kuntz informou que não pôde estar com Câmara, devido ao depoimento de Arnaud, que também ocorreu na tarde de ontem, “algo completamente inédito, condenável e que não pode ser tolerado em um Estado Democrático de Direito”.
Sendo assim, Kuntz solicitou à PF uma nova data para a realização de outra oitiva, na qual poderá acompanhar o coronel. A PF, por sua vez, negou o pedido de Kuntz. Em nota, a corporação afirmou que Câmara optou por comparecer ao depoimento sem advogado.
Segundo a PF, o depoimento estava agendado para ocorrer às 14h30 de ontem. No horário marcado, Câmara estava sem advogado. Diante disso, os responsáveis pelo caso pediram o adiamento do depoimento para as 16h30.
Mais uma vez, segundo a PF, ele compareceu sem o advogado no local. Assim, “foi facultado a Câmara prestar depoimento sem assistência jurídica, o que ele optou por fazer e decidiu permanecer em silêncio”, diz a nota da PF.
Marcelo Câmara
Câmara e outras 32 pessoas foram alvo da Operação Tempus Veritatis, da PF, que ocorreu há duas semanas. A operação aconteceu devido a uma suposta conspiração de um golpe de Estado, supostamente liderado por Bolsonaro. O coronel, assim como outras pessoas, estariam envolvidos. Câmara atuava em apoio a Bolsonaro como contratado pelo Partido Liberal.