sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Diminuição nas exportações agropecuárias em 2024 é provável

    Embora a produção de commodities agrícolas, especialmente grãos, deva diminuir no próximo ano, a receita gerada com a exportação de produtos agrícolas tende a se manter no mesmo patamar deste ano.

    Analistas do mercado e organizações do setor indicam que a estabilização dos preços na maioria das commodities e o aumento das cotações em algumas cadeias agropecuárias devem manter o valor nominal das exportações brasileiras de produtos agrícolas no próximo ano, o que deve compensar a redução no volume embarcado.

    Nesse contexto, o agronegócio, ainda que não deva impulsionar o aumento das exportações do país, deve manter sua participação na balança comercial. Em 2023, o setor deverá terminar o ano representando 49% das exportações brasileiras.

    De acordo com José Ronaldo Souza Júnior, pesquisador e economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é improvável que haja um aumento na quantidade exportada em 2024, devido à previsão de uma safra de grãos menor. O mais provável, segundo ele, é que haja compensação com preços mais altos dos produtos comercializados no exterior.

    “É complicado prever quem sairá ganhando nessa relação entre volume e receita. Em um cenário conservador, não prevejo um aumento nas exportações em dólares no próximo ano, sendo que a manutenção dos embarques seria um resultado positivo, levando em conta preço e quantidade”, observou.

    Diminuição da safra afetará as exportações

    Segundo a economista da Tendências Consultoria, Gabriela Faria, a diminuição no volume das exportações agropecuárias no próximo ano é quase certa, devido à pressão da redução na safra devido aos efeitos adversos do fenômeno climático El Niño e à recuperação na produção de países como Estados Unidos e Argentina.

    “Tudo está relacionado com o cenário de oferta. Neste ano, as quantidades mais do que compensaram a queda de preço tanto da soja quanto do farelo e do óleo. Ampliamos nosso espaço no mercado internacional devido à quebra na safra argentina. Em 2024, não teremos um espaço tão grande para as exportações como tivemos neste ano”, avaliou.

    Quanto à receita proveniente das exportações dos produtos agropecuários, Faria prevê uma balança “ainda forte”, dependendo do comportamento dos preços das commodities.

    “Talvez iremos perder tanto em receita quanto em quantidade se os preços não subirem no próximo ano. A previsão é de um saldo menor do que o de 2023, mas historicamente robusto. Mesmo com as perdas na safra de soja e milho e os impactos climáticos, será uma safra grande e com tendência das carnes contribuírem nas exportações”, destacou.

    Associação prevê redução na receita

    Por outro lado, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projeta uma diminuição de 8,6% nas exportações agropecuárias, passando de US$ 80,200 bilhões em 2023 para

    US$ 73,315 bilhões em 2024, ainda assim com uma participação significativa na balança comercial do país. “As exportações de commodities continuam como o pilar de sustentação das exportações brasileiras”, afirmou a AEB, em estimativa divulgada recentemente.

    Conforme a entidade, a projeção já contabiliza uma queda na produção de soja e milho, porém a AEB alerta que as perdas na lavoura podem ser mais acentuadas do que o previsto. “As cotações das commodities continuam atraindo os exportadores brasileiros, porém sem garantia de manter os patamares atuais”, apontou a AEB.

    A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que as exportações do agronegócio devem totalizar US$ 172,1 bilhões em 2024, em comparação com o recorde projetado de US$ 164 bilhões para este ano.

    O aumento será modesto, na avaliação da CNA, e impulsionado pela recuperação pontual de preços em algumas cadeias agrícolas, devido ao ritmo mais lento de crescimento da economia global e à maior produção em países concorrentes do Brasil, como Estados Unidos e Argentina.

    No âmbito geopolítico, a CNA considera que o agravamento do conflito no Oriente Médio pode influenciar custos e rotas marítimas, assim como a disputa entre Estados Unidos e China deve se intensificar, dependendo também do presidente que será eleito no próximo ano.

    “No Mercosul, o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, suavizou o tom, mas é necessário observar como lidará com o bloco. A participação da Argentina afeta toda a agenda de negociações e impacta o Brasil, além das críticas do Uruguai que podem afetar o bloco”, afirmou a diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori.

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