A fabricante de veículos elétricos Tesla comunicou nesta quinta-feira, 11, que irá interromper a maior parte da produção de carros em sua fábrica em Grünheide, na região de Berlim, capital da Alemanha. A paralisação decorre da escassez de componentes, fato ao qual a empresa associa as alterações nas rotas de navegação ocasionadas pela crise no Mar Vermelho.
Os houthis, grupo extremista baseado no Iêmen e que conta com apoio do Irã, têm atacado navios no Mar Vermelho. Os ataques ocorrem em “apoio” ao grupo palestino Hamas, acarretando interrupções nas rotas de transporte global.
A interrupção da produção de veículos elétricos pela Tesla na Alemanha ocorrerá, a princípio, de 29 de janeiro a 11 de fevereiro. A empresa de Elon Musk fabrica veículos em Grünheide desde março de 2022. A fábrica alemã emprega cerca de 11,5 mil colaboradores.
A Tesla é a primeira empresa a anunciar uma paralisação na produção devido aos conflitos no Oriente Médio. Companhias como Geely, a segunda maior montadora da China em vendas, e a Ikea, empresa sueca de móveis, alertaram sobre atrasos nas entregas.
Rotas alternativas ao Canal de Suez encarecem frete e aumentam distância
A modificação na rota aumenta o tempo de viagem e os custos logísticos | Foto: Reprodução/Agence France-Presse
Os ataques do grupo Houthi forçaram as principais empresas de navegação a evitar o Canal de Suez — a rota marítima mais rápida entre Ásia e Europa. Gigantes do transporte marítimo, como Maersk e a Hapag-Lloyd, têm direcionado seus navios em viagens mais extensas ao redor do Cabo da Boa Esperança, no sul do continente africano.
A mudança de rota representa aproximadamente dez dias a mais de viagem entre os continentes e cerca de US$ 1 milhão em custos de combustível. “Os períodos de transporte consideravelmente maiores estão causando uma lacuna nas cadeias de abastecimento”, afirmou a Tesla.
Gabriel Dias é estagiário da Revista Oeste em São Paulo. Sob a supervisão de Anderson Scardoelli
