sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Dólar termina em elevação e retorna ao maior patamar desde outubro


    O dólar à vista disparou nesta quarta-feira, 10, no mercado interno de câmbio, impulsionado por uma onda global de fortalecimento da moeda norte-americana. A alta também foi influenciada pelo avanço consistente das taxas dos treasuries, que são os juros sobre os títulos da dívida dos Estados Unidos.

    O resultado acima do esperado do índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA em março causou uma mudança significativa nas expectativas para os próximos passos do Federal Reserve (Fed). Trata-se, a saber, do Banco Central (BC) norte-americano.

    Apesar de uma breve queda na abertura das negociações, quando rompeu o piso de R$ 5 na mínima (R$ 4,99) influenciado pelo resultado favorável do IPCA de março e pela nova alta do minério de ferro, o dólar operou em elevação pelo restante do dia. Com valor máximo em R$ 5,08, a moeda encerrou em alta de 1,41%, atingindo R$ 5,07. Maior valor de encerramento desde 13 de outubro de 2023.

    O contrato de dólar futuro para maio teve um alto volume de negociações, superior a US$ 20 bilhões, o que indica mudanças relevantes no posicionamento dos investidores. Operadores destacam que os fundos locais mantinham até terça-feira, 9, uma posição vendida em dólar (que gera lucros em caso de valorização do real) de cerca de US$ 10 bilhões — e podem ter agido rapidamente para reduzi-las através da elevação das ordens de limitação de perdas (stop loss).

    Índice DXY e relatório do Fed

    O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, destaca que o presidente do Fed, Jerome Powell, chegou a afirmar em coletiva de imprensa que a elevação da inflação no início deste não representava um problema |Foto: Reprodução/Instagram/@federalreserveboard

    Termômetro do comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes, o índice DXY ultrapassou a marca dos 105 mil pontos e alcançou o maior nível desde novembro. Entre as moedas emergentes e de nações exportadoras de commodities mais importantes, as maiores perdas foram do dólar australiano e do rand sul-africano. A taxa da T-note de dez anos também subiu mais de 4%, atingindo 4,56% no valor máximo, em um dia de leilão com demanda abaixo da média.

    Divulgada à tarde, a ata da reunião de política monetária do Banco Central norte-americano em março não trouxe novidades. No documento, os membros do Fed reiteram declarações recentes de que enxergam avanços significativos no combate à inflação, apesar das leituras mais altas em janeiro e fevereiro. Mais uma vez, o BC dos EUA reafirmou que precisa de maior confiança no processo de desinflação para iniciar a redução das taxas de juros.

    O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, lembra que o presidente do Fed, Jerome Powell, declarou em coletiva de imprensa que a alta da inflação no início deste ano não representava um problema. “Os dados de hoje mudaram essa visão”, diz. “O processo de inflação está disseminado, com a área de serviços sendo bastante preocupante.”

    A leitura do CPI e do núcleo apresentaram valores acima das expectativas tanto na comparação mensal quanto anual. Isso foi o sinal para que as previsões majoritárias para o primeiro corte de juros nos EUA neste ano fossem alteradas de julho para setembro. No final da tarde, a curva de juros norte-americana aumentava as probabilidades de apenas uma redução neste ano. No final do ano anterior, esperava-se um corte inicial em março e uma redução total de 150 pontos-base.

    Uma análise sobre a elevação do dólar e a inflação nos EUA

    Dólar: em alta frente ao real, valorização alcança nível de outubro de 2023 | Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

    O sócio e diretor de investimentos da Azimut Brasil Wealth Management, Leonardo Monoli, observa que a média de três meses do núcleo de inflação nos EUA também aumentou pelo terceiro mês seguido, “demonstrando sinais crescentes de reaceleração dos preços”. Além disso, o chamado supernúcleo do CPI (serviços básicos excluindo habitação) apresentou mais uma vez um forte aumento na comparação mensal.

    “O risco agora está direcionado para a possibilidade da maioria dos membros do Fed alterar a projeção de três para dois cortes neste ano, empurrando o início do ciclo para setembro”, afirma Monoli, ressaltando que o cenário se torna cada vez mais desafiador para os países emergentes. “Pela primeira vez, o mercado se antecipa ao Fed tanto na postergação do ciclo quanto na redução esperada.”

    Depois do CPI de março, as atenções se voltam para a divulgação, nesta quinta-feira, 11, do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) nos EUA e para os discursos dos membros do Fed. Segundo Borsoi, da Nova Futura, caso o PPI seja superior ao esperado, sugerindo pressões inflacionárias nos meses seguintes, o dólar pode ultrapassar momentaneamente a barreira técnica de R$ 5,10.

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