O chefe Luiz Inácio Lula da Silva marcou para hoje, 21, às 15 horas, uma reunião com o chefe da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O encontro acontecerá após vários dias de discordâncias públicas entre as autoridades.
As críticas mútuas por parte de Prates e Silveira surgiram devido à diferença na política de reajustes dos preços dos combustíveis pela companhia petrolífera. A reunião está agendada para ocorrer no Palácio do Planalto. Além de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estará presente.
O chefe da estatal e o ministro de Minas e Energia estavam menos conciliatórios até então, sendo que a harmonia foi rara desde o início do governo, quando trocavam sarcasmos em público de maneira intensa. No entanto, as provocações regressaram desde a última sexta-feira, 17. O desentendimento entre os dois tem se manifestado por meio de entrevistas e publicações nas redes sociais.
Fiz essa manifestação à Casa Civil. É importante, respeitando a governança da Petrobras, respeitando a sua natureza jurídica. Mas já está na hora de puxarmos a orelha de novo da Petrobras, para que ela volte à mesa e possa colocar com clareza. 👇🏼 pic.twitter.com/gVQSxmjZdB
— Alexandre Silveira (@asilveiramg) November 17, 2023
1/ Este ano, a Petrobras avançou com uma nova estratégia comercial que prioriza o não repasse da volatilidade do mercado internacional do petróleo. Não queremos mais levar para dentro da casa do consumidor a incerteza gerada por fatores geopolíticos imprevisíveis.
Na sua… pic.twitter.com/QI5be5615n
— Jean Paul Prates (@jeanpaulprates) November 19, 2023
Devido à posição de Silveira a favor da redução dos preços dos combustíveis, há uma concordância maior entre o ministro e Lula contra o chefe da Petrobras. Uma crítica do governo a Prates é que ele teria “cedido aos interesses dos acionistas minoritários”.
Não há consenso no governo sobre quem poderia substituir Prates
De acordo com informações dos bastidores do poder, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, está trabalhando para indicar seu secretário do Programa de Parcerias e Investimentos, Marcos Cavalcanti, para assumir a posição de Prates em uma eventual demissão. Assim como Prates, Costa é filiado ao PT.
No entanto, o governo afirma que não existe nenhum consenso sobre quem substituiria o atual presidente da companhia petrolífera.
Publicamente, Lula nunca mencionou a demissão de Prates na Petrobras. No entanto, a divergência entre Prates e Silveira é um tema importante para o petista: o aumento do preço dos combustíveis.
Silveira afirma que a Petrobras já deveria ter reduzido o preço dos combustíveis, enquanto Prates nega que a diminuição já pudesse ter sido realizada.
Em conversas reservadas, Prates costuma afirmar que tem uma “relação direta” com Lula e sempre explica os motivos das reduções ou do aumento do preço dos combustíveis, tanto gasolina, diesel, quanto gás.