sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Entidades da Venezuela impuseram ameaças à Guiana durante evento no Itamaraty

    O grupo liderado pelo ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, proferiu um discurso ameaçador contra a Guiana durante uma reunião de líderes sul-americanos realizada no Palácio do Itamaraty, na semana passada, em Brasília.

    As falas inflamadas de Gil e do vice-ministro de Defesa, Félix Osorio, em um encontro fechado entre chanceleres e ministros de Defesa, chamaram a atenção do governo Lula (PT) para a crescente preocupação em relação ao referendo convocado pelo regime de Nicolás Maduro para 3 de dezembro sobre o Essequibo, território da Guiana reivindicado por Caracas.

    Trata-se de uma consulta popular na qual os eleitores responderão se concordam ou não com a reivindicação sobre os 160.000 km² m (área um pouco maior que a do Acre) que a Venezuela argumenta ser parte de seu território. O assunto histórico une os venezuelanos há mais de cem anos, razão pela qual há a expectativa de que o “sim” obtenha uma ampla maioria. A Guiana classificou o movimento venezuelano como uma “ameaça existencial”.

    Gil e Osorio representaram o regime Maduro em uma reunião na quarta (22), no Itamaraty, sobre segurança regional que contou com a participação de países sul-americanos.

    A Folha ouviu relatos de diversas autoridades presentes que descreveram o momento como “tenso”, com discursos dos venezuelanos em tom de “ameaça” e muito acima do padrão para uma reunião diplomática. Ao ficar a cargo da delegação da Venezuela se pronunciar, as autoridades chavistas mencionaram o referendo e afirmaram que, dependendo do resultado, Caracas “pode ser instigada pelo povo” a adotar certas medidas.

    De acordo com os relatos, os chavistas também afirmaram que a Venezuela não aceita ser roubada ou enganada, que se defenderá contra interesses imperialistas e revisará acordos impostos injustamente — expressões que fazem parte da retórica do regime em relação à disputa territorial do Essequibo.

    A Guiana estava representada na reunião. Segundo os presentes, as autoridades do país também trataram da crise fronteiriça, destacando que a Guiana está preocupada com as recentes ações da Venezuela. Elas também defenderam que o tema deve ser tratado no âmbito da Corte Internacional de Justiça, algo rejeitado pelo regime Maduro.

    O aumento das tensões à medida que o dia do referendo se aproxima levou o embaixador Celso Amorim, principal conselheiro de Lula para assuntos internacionais, a viajar na última semana a Caracas para uma reunião com Maduro.

    O governo Lula buscava transmitir ao ditador venezuelano a mensagem de que não apoia nenhuma medida que vá além das negociações diplomáticas ou da arbitragem internacional. Interlocutores de Lula afirmaram que o Planalto está preocupado com uma situação “potencialmente conflituosa” em uma região próxima ao território brasileiro.

    A análise no governo é que o referendo atualmente é mais uma manobra política de Maduro, que busca capitalizar com o amplo apoio que a reivindicação do Essequibo dispõe em todos os espectros políticos da Venezuela. O Planalto receia, no entanto, que uma escalada possa fazer a situação fugir do controle.

    No decorrer da reunião, o chanceler Mauro Vieira instou os presentes a considerarem que a dimensão fundamental da integração sul-americana é a formação de uma “zona de paz e cooperação” que sirva como elemento de dissuasão contra interferências de países externos à região. Vieira também declarou que o Brasil resolveu todas as suas disputas territoriais por meio de negociações e reiterou a mensagem em uma declaração aos jornalistas após o encontro.

    “O Brasil fez uma exortação, assim como todos os outros países, para o entendimento, para a discussão diplomática e para a solução pacífica das controvérsias. Tive a oportunidade de dizer que o Brasil, em relação aos comentários dos dois países [Venezuela e Guiana], estimulava como todos os outros países da região que as controvérsias fossem sempre resolvidas por meio de negociações, entendimento, arbitragem, ou recursos a tribunais internacionais, como a corte em Haia; sempre que possível, isso é o ideal”, afirmou o chanceler.

    “Nós mesmos tivemos nove questões de fronteiras com os países vizinhos. Com todos eles resolvemos nossas diferenças territoriais e de fronteiras por meio de negociações. Sempre fomos respeitosos dos acordos alcançados”, acrescentou.

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