Uma pesquisa divulgada na publicação científica Frontiers of Social Psychology no último dia 11 revelou motivos plausíveis para a solidão. Inicialmente, as investigações indicavam que essa sensação decorria unicamente da necessidade de pertencimento, mas o novo relatório mostra uma complexidade que vai além disso.
A nova análise se concentra em duas carências que as relações sociais ajudam a satisfazer: a conexão com outras pessoas (adaptação e convívio) e a autonomia para conduzir a vida nos próprios termos e lutar por metas pessoalmente significativas.
Para compreender melhor essa sensação, os pesquisadores examinaram dados irlandeses de 2009 a 2011. Uma amostra de 8.500 indivíduos, com idades entre 49 e 80 anos, revelou aspectos como a saúde, os relacionamentos e a situação financeira.
Na prática, os cientistas indagaram aos participantes do estudo sobre seus níveis de solidão, bem como sua conexão com outras pessoas e em que medida os participantes julgavam que estavam no controle e tinham liberdade em suas vidas.
Através desse questionário, o grupo percebeu que as pessoas com menor índice de conexão e autonomia apresentaram os índices mais elevados de solidão.
“A solidão sempre foi explicada como uma carência na satisfação das necessidades relacionais, mas os indivíduos também necessitam de liberdade, controle pessoal e escolha, e não atender a essa necessidade também deve afetar a solidão”, refletem os pesquisadores.
O principal órgão de sáude dos EUA (CDC, Centers for Disease Control and Prevention) aponta que a solidão tem sido associada ao aumento do risco de doença cardíaca e acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, depressão e ansiedade ou até mesmo demência.
O órgão define a solidão como “sentir que você não tem relacionamentos próximos ou significativos ou um sentimento de pertencimento. Reflete a diferença entre o nível de conexão real e desejado de uma pessoa, o que significa que mesmo uma pessoa com muitos amigos pode se sentir solitária”.
Impactos da solidão
Estudiosos já revelaram os principais impactos da solidão, não apenas no comportamento humano como também na própria saúde física. Em 2020, devido à pandemia, estudos lançaram luz sobre os efeitos do isolamento no corpo e cérebro. Já neste ano, uma equipe descobriu que a solidão provoca uma resposta cerebral diferente a estímulos.
Fonte: University of Michigan, Frontiers of Social Psychology, CDC