Uma nova pesquisa indica que 90% das mulheres não recebem todos os nutrientes essenciais recomendados para uma gestação saudável e para o bem-estar de seus fetos em desenvolvimento.
Os nutrientes mais ausentes nas dietas das grávidas, em um estudo com mais de 1.700 mulheres, foram aqueles presentes na carne e nos laticínios e incluíam vitaminas B12, B6 e D, ácido fólico e riboflavina.
O estudo, divulgado em 5 de dezembro na PLoS Medicine, analisou a alimentação de 1.729 mulheres grávidas no Reino Unido, Cingapura e Nova Zelândia com idades entre 18 e 38 anos durante a gravidez para monitorar seus níveis de vitaminas e nutrientes.
Os pesquisadores constataram que, entre as mulheres no estudo que tentaram conceber, “proporções significativas” delas apresentavam baixo teor de folato, riboflavina e vitaminas B12 e D. Mais tarde na gestação, muitas também desenvolveram baixos níveis de vitamina B6, apesar de um pequeno grupo de teste já apresentar níveis baixos de vitamina B6 no início da gravidez.
No grupo de controle, os pesquisadores observaram que tomar um complemento de venda livre no início da gestação que incluía folato, riboflavina e vitaminas B6, B12 e D ajudou a gestante a manter níveis adequados de micronutrientes durante a gravidez.
Alimentação vital para uma gravidez saudável
A alimentação de uma mulher grávida pode ser crucial para uma gestação saudável. Os especialistas sabem que certos nutrientes são mais necessários e em maior quantidade para uma mulher grávida.
O ácido fólico e a vitamina D, dois dos nutrientes mencionados neste estudo, são dois exemplos de nutrientes essenciais durante a gravidez, junto com o cálcio e o ferro. O ácido fólico, um tipo de vitamina B, pode auxiliar na prevenção de defeitos congênitos no cérebro, na coluna e na medula espinhal de um feto em crescimento. A ingestão diária recomendada de ácido fólico para uma mulher grávida é de 400 microgramas (mcg) por dia. Boas fontes de ácido fólico incluem feijão, amendoim, vegetais de folhas verdes escuras, fígado, alimentos aquáticos e ovos.
A vitamina D atua juntamente com o cálcio na formação dos ossos e dentes do feto em desenvolvimento. Tanto as mulheres grávidas quanto as que não estão devem ingerir 600 unidades internacionais (UI) por dia. O sol é a fonte mais comum de vitamina D, mas muitos alimentos são ricos nesse nutriente, como gemas de ovo, peixes de água salgada e fígado.
A constatação de que esses nutrientes estão mais presentes em produtos de origem animal preocupou os principais cientistas, provenientes da Universidade de Southampton, no Reino Unido, à medida que mais pessoas adotam dietas à base de vegetais.
“A constatação de prevalências significativas de deficiências vitamínicas em mulheres que vivem em países de renda elevada e que estão tentando conceber é uma preocupação séria”, afirmaram os pesquisadores no artigo. “A alta prevalência de deficiências vitamínicas e o crescente movimento em direção a dietas à base de vegetais, carentes de vitamina B12 e deficientes em outros micronutrientes, provavelmente conduzirão a um aumento no número de mulheres optando por suplementos de venda livre”.
As vitaminas pré-natais são bem conhecidas para muitas grávidas. Elas são tão populares que o mercado de vitaminas pré-natais tem um valor de US$ 522 milhões somente nos Estados Unidos. As vitaminas pré-natais são promovidas para mulheres grávidas como uma forma de preencher a lacuna de nutrientes que pode surgir durante a gestação.
A Associação Americana de Gestação recomenda que gestantes ou mulheres que estão considerando engravidar discutam com seu médico sobre o suplemento pré-natal que estão tomando. Ou, caso não estejam seguras sobre qual vitamina pré-natal usar, perguntem ao médico sobre recomendações com base em seus exames de sangue e necessidades nutricionais.
