terça-feira, 2 julho, 2024
spot_img
Mais

    Últimos Posts

    spot_img

    Estudo aponta formas de reduzir os efeitos secundários metabólicos dos remédios antipsicóticos

    Os fármacos antipsicóticos podem impactar o metabolismo, aumentando a probabilidade de um indivíduo desenvolver diabetes. Contudo, os cientistas descobriram um modo de evitar essa consequência, de acordo com uma pesquisa veiculada na quinta-feira.
    O estudo, divulgado na revista Diabetes, traz evidências iniciais de que terapias inovadoras poderiam restringir os efeitos adversos dos antipsicóticos, bloqueando sua atuação no pâncreas.

    “Os remédios antipsicóticos não atuam exclusivamente abaixo do pescoço”, declarou o Dr. Zachary Freyberg, docente associado de psiquiatria e biologia celular da Universidade de Pittsburgh e responsável sênior pelo estudo, em comunicado à imprensa. Eles funcionam ao bloquear os receptores de dopamina no cérebro, restringindo, assim, o fluxo dessa substância e, consequentemente, controlando os sintomas psicóticos.
    No entanto, os pesquisadores demonstraram que esses mesmos receptores de dopamina estão presentes no pâncreas. Logo, os medicamentos antipsicóticos podem interferir nesses receptores pancreáticos.

    Devido ao fato de o pâncreas ser responsável pela regulação da glicose sanguínea, essas perturbações podem ocasionar níveis elevados de glicose e insulina no sangue, além de pré-diabetes, aumentando, assim, o risco de diabetes.
    Portanto, os especialistas constataram que a estimulação desses receptores de dopamina no pâncreas poderia diminuir alguns efeitos secundários dos remédios antipsicóticos, incluindo o comprometimento do controle glicêmico.

    Prevenção de distúrbios metabólicos no pâncreas

    O Dr. Freyberg e sua equipe desenvolveram uma molécula denominada metilbromocrpitina (BrMeI) em colaboração com pesquisadores do National Institutes of Health’s National Institute on Drug Abuse. A BrMeI pode ativar os receptores de dopamina no pâncreas, impedindo, dessa forma, que os antipsicóticos interfiram na atividade pancreática.
    A BrMeI é similar à bromocriptina, um fármaco aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para tratar o diabetes tipo 2. A única distinção? A BrMeI foi alterada para ter menor probabilidade de ultrapassar a barreira cérebro-sangue, limitando sua atuação ao organismo e não ao cérebro.

    Os primeiros testes em ratos indicam que a BrMel pode evitar que os fármacos antipsicóticos impactem órgãos como o pâncreas. Quando administrada juntamente com o antipsicótico, pode reverter ou impedir a disclicemia.
    Em entrevista, o Dr. Freyberg afirmou: “A BrMeI, por si só, não reduziu de maneira significativa as elevações de glicose. Contudo, quando administrada com os medicamentos antipsicóticos, essa combinação de fármacos pode ajudar a evitar as ações metabólicas dos antipsicóticos fora do cérebro, o que traria um benefício terapêutico positivo.

    “Os antipsicóticos de última geração podem ser ajustados como uma nova abordagem para controlar a disclicemia e o diabetes”, acrescentou.
    O Dr. Freyberg destacou que o segredo está em assegurar que os efeitos do medicamento antipsicótico sejam complementares à BrMeI. Ele e sua equipe esperam testar essa teoria em uma futura pesquisa clínica, avaliando a eficácia da BrMeI e de moléculas similares ao longo dos próximos anos.
    “O fato de a manutenção de um controle glicêmico estável requerer tanto o cérebro quanto o corpo proporciona uma nova perspectiva na compreensão da neuropsiquiatria e começa a integrar partes diversas de conhecimento sobre diferentes sistemas orgânicos em um todo coerente”, concluiu o Dr. Freyberg.
    Enquanto isso, o Dr. Freyberg salientou que os médicos devem acompanhar e monitorar seus pacientes durante o uso desses fármacos.

    “A maioria dos medicamentos psiquiátricos é prescrita por médicos generalistas e não por psiquiatras”, disse. “Esperamos que nossa pesquisa aumente a consciência sobre a importância da comunicação entre o cérebro e o restante do organismo na manutenção das funcionalidades fisiológicas e lembre os médicos de que também devem considerar que os fármacos destinados a atuar em alvos cerebrais, como os medicamentos psiquiátricos, também podem ter impactos significativos fora do cérebro ao fazer recomendações de prescrição.”

    spot_img

    Últimas Postagens

    spot_img

    Não perca

    Brasília
    céu limpo
    20.5 ° C
    20.5 °
    16.5 °
    49 %
    3.1kmh
    0 %
    qua
    26 °
    qui
    27 °
    sex
    27 °
    sáb
    28 °
    dom
    20 °

    18.220.2.183
    Você não pode copiar o conteúdo desta página!