A mídia estatal KCNA divulgou que a Coreia do Norte alertou que qualquer intervenção ou ataque aos seus “ativos espaciais” por parte dos Estados Unidos será considerado como “declaração de guerra”, no último sábado (2).
O Ministério da Defesa do país afirmou em comunicado que a hostilidade da Força Espacial dos EUA em relação ao satélite de reconhecimento da RPDC não será ignorada, pois é um desafio à soberania da RPDC e, mais precisamente, uma declaração de guerra contra ela.
RPDC é a sigla para República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte (RPDC).
O aviso foi feito menos de duas semanas após Pyongyang revelar que lançou o seu primeiro satélite espião ao espaço, ação que poderia aumentar a precisão dos ataques do país, de acordo com analistas.
Poucos dias após o lançamento norte-coreano, a Coreia do Sul também colocou em órbita o seu primeiro satélite espião com a ajuda da empresa espacial SpaceX.
De acordo com a KCNA, um funcionário não identificado dos EUA declarou que os americanos podem reduzir as capacidades de operação do país inimigo no espaço exterior, usando métodos reversíveis e irreversíveis.
A identidade desse funcionário dos EUA não foi claramente identificada.
A CNN não conseguiu encontrar ou verificar quaisquer comentários feitos recentemente por uma autoridade dos EUA.
Pyongyang alega que seu satélite é de reconhecimento e “não é uma arma espacial de acordo com o direito internacional, devido às suas características técnicas de observação”.
No entanto, analistas afirmam que a aeronave tem a finalidade de espionagem e de aumentar as capacidades militares da Coreia do Norte.
O lançamento em novembro foi condenado pelos vizinhos da Coreia do Norte, Japão e Coreia do Sul, sendo chamado por Seul de uma “violação clara” de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que proíbe a Coreia do Norte de usar tecnologia de mísseis balísticos.
No entanto, Pyongyang advertiu que se o seu satélite de reconhecimento for considerado uma “ameaça militar” que “deve ser eliminada”, então eles também devem destruir “os incontáveis satélites espiões dos EUA que sobrevoam diariamente a região da península”.
Também chamou os EUA de “fonte de todo o mal” por supostamente transformar o espaço “em um campo de batalha”.
A ação de Pyongyang fez com que o governo sul-coreano suspendesse parcialmente um acordo que tinha com a Coreia do Norte, limitando as atividades de reconhecimento e vigilância do Sul ao longo da zona desmilitarizada que separa os dois países.
Posteriormente, a Coreia do Norte prometeu implantar novo equipamento militar ao longo da linha de demarcação militar.