Os EUA e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) reiteraram hoje seu compromisso em promover a existência de uma cadeia de suprimentos integrada entre Washington e os países latino-americanos.
Essa postura foi reforçada pela secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e pelo presidente do BID, o brasileiro Ilan Goldfajn, durante a abertura do Fórum de Investimento Responsável da Parceria Américas-BID, que ocorre hoje na capital americana.
Yellen detalhou em seu discurso que o governo dos EUA enxerga a região como uma “oportunidade ímpar” para diversificar as cadeias de suprimentos do país.
Especificamente, mencionou o potencial da região em se tornar um parceiro dos EUA na transição para energias renováveis ou na produção de semicondutores e chips necessários “para a atual e próxima geração de veículos elétricos”, por exemplo.
A responsável pelo Tesouro comentou que, para isso, podem ser desenvolvidas “cadeias de suprimentos verticais” na América Latina, por meio do uso de lítio “extraído localmente”.
A região possui 60% de todos os recursos deste mineral identificados no mundo, principalmente na Bolívia, Argentina e Chile, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Em conjunto com o BID, Yellen destacou que os EUA estão “comprometidos em fornecer financiamento de primeira classe” aos países da América Latina e do Caribe.
“Apoiaremos a troca de conhecimento e o aprimoramento das habilidades dos trabalhadores, bem como trabalharemos com as partes interessadas dos setores público e privado”, acrescentou Yellen.
O fórum foi inaugurado por Goldfajn, que ressaltou que a América Latina e o Caribe possuem “uma oportunidade única” de fazer parte da solução para.”Desafios globais” como a alteração climática, devido à sua abundância em fontes de energia renováveis, bem como a insegurança alimentícia.
<p”É fundamental construir um hemisfério melhor e mais próspero que possa transformar esse ponto de inflexão em uma oportunidade”, afirmou o presidente do BID, que defendeu que o banco de desenvolvimento está “convencido” de que “os EUA necessitam de mais da região e a região necessita de mais dos EUA”.
Para isso, enfatizou Goldfajn, é necessário empenhar-se no “crescimento sustentável com base na integração regional” e abordar questões como “o fortalecimento da segurança e do Estado de direito”.
“É dessa forma que vamos estabelecer investimentos sólidos do setor privado na região”, declarou.
O BID está promovendo hoje o Fórum de Investimento Responsável da Parceria Américas-BID, com o objetivo de destacar oportunidades de comércio e investimento na região, com foco em infraestrutura, semicondutores, energia sustentável e suprimentos médicos.
O evento conta com a presença dos presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou; da República Dominicana, Luis Abinader; da Costa Rica, Rodrigo Chaves Robles; do Equador, Guillermo Lasso; do Chile, Gabriel Boric; e do Peru, Dina Boluarte, além da secretária de Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena.
Também estão presentes autoridades dos EUA e representantes do setor privado e financeiro dos EUA.
O presidente americano, Joe Biden, receberá amanhã esses líderes e o presidente colombiano, Gustavo Petro, para participarem da Aliança para a Prosperidade Econômica, uma iniciativa dos EUA que busca aprofundar a integração e o crescimento econômico na região.