O ex-investigador civil e ex-membro da assembleia distrital Carlos Tabanez afirmou que sugeriu pessoas para o quadro de colaboradores da R7 Facilities. A firma, cujo proprietário seria um “testa de ferro”, foi contratada pelo governo federal e presta serviços de conservação da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Em 14 de fevereiro, dois detentos vinculados ao Comando Vermelho (CV) fugiram da penitenciária de Mossoró. O proprietário da companhia que atua na conservação do presídio recebeu auxílio emergencial e reside em uma periferia de Brasília. A firma possui um faturamento anual de R$ 195 milhões.
A suspeita é que uma das atividades teria facilitado a evasão dos criminosos, a primeira da história dos presídios federais de segurança máxima no país. Rogério da Silva Mendonça, o Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, o Deisinho, ainda não foram encontrados, e as buscas entraram no 8º dia nesta quinta-feira, 22.
Quem é o ex-parlamentar que indicou colaboradores para a empresa “fachada” da penitenciária de Mossoró
De acordo com a publicação, para compreender as conexões do ex-investigador com a empresa que atua na conservação da prisão de Mossoró, alguns fatos foram levantados. Em 2021, o ex-investigador distribuiu panetones aos colaboradores da R7 Facilities, em preparação para a campanha eleitoral de 2022. Entretanto, ele afirmou que fez isso com outras empresas parceiras, também.
Tabanez é proprietário de um dos principais clubes de tiro de Brasília, o grupo GSI, que inclui um clube de tiro no Gama, região administrativa do Distrito Federal.
O empresário acrescentou que recomenda colaboradores para o quadro da R7 Facilities em acordo com Amom Figueiredo, de quem se definiu como amigo. Conforme o jornal, ele negou ter “ingerência” na empresa, mas mencionou que já recomendou pessoas quando houve vagas abertas.
Alguns dirigentes da R7 Facilities têm relação direta com Tabanez. Dois advogados da empresa atuaram para ele em outros negócios. Um deles tem proximidade com o empresário, e o outro foi o 4º maior doador da campanha de 2022 de Tabanez.
A firma que atua em Mossoró pertencia, até janeiro de 2021, ao seu fundador, Ricardo Caiafa. Contudo, este último decidiu vender a companhia ao grupo ligado a Tabanez.
No papel, o proprietário passou a ser o brigadista Wesley Fernandes Camilo, antes de Gildenilson, ambos “testas de ferro”. Quem intermediou a compra foi o advogado Alair Ferraz da Silva Filho.
Alair, por sua vez, defende Tabanez em processos na Justiça e, nas últimas eleições de 2022, doou R$ 58,3 mil para a campanha do empresário a membro da assembleia distrital.
A R7 Facilities afirmou, em nota do advogado Alair Ferraz, que a empresa pertence a Gildenilson Torres, e não a Tabanez. A empresa também negou que o investigador civil aposentado participe da seleção de colaboradores na companhia.
