Depois do fracasso de Fuzuê — série que enfrentou problemas com mudança de autor, queda de audiência e uma trama arrastada que não conseguiu engrenar nem mesmo no desfecho —, a Globo se prepara para lançar seu novo folhetim do horário das 19 horas: Família é Tudo. Escrita por Daniel Ortiz, nome responsável por Salve-Se Quem Puder e Haja Coração, a série promete conquistar o público através de conflitos familiares, disputa por herança, desavenças mal resolvidas e, é claro, desentendimentos amorosos.
Estrelada pela veterana Arlete Salles, a série acompanha os esforços da poderosa Frida Mancini tentando reunir seus cinco netos; Vênus (Nathalia Dill), Júpiter (Thiago Martins), Andrômeda (Ramille), Electra (Juliana Paiva) e Plutão (Isacque Lopes). Ela os convida para celebrar seu aniversário em um cruzeiro, porém todos recusam a proposta e um acidente acaba por matá-la… Ou pelo menos é o que parece.
As coisas começam a complicar quando os herdeiros abrem o testamento e descobrem que, para receber a herança, precisarão morar juntos durante um ano e trabalharem para reconstruir um espaço que marcou o início da gravadora da família, gerando um lucro de quatro vezes o valor que vão receber para investir no local. Se isso não ocorrer, todo o dinheiro será destinado a Hans, o sobrinho ambicioso e filho da sua irmã gêmea Catarina (também interpretada por Salles).
Descontentes, todos os primos reclamam, mas Vênus toma a frente da situação, se dedica a costurar as relações perdidas e atua como voz da razão quando os mais novos saem do prumo. Assim, mesmo com diferentes motivações, o quinteto aceita encarar a missão que transformará suas vidas.
Segundo a atriz Nathalia Dill, o conflito familiar é justamente o que vai fazer com que o público se identifique com a série. Esse, aliás, é um ponto muito defendido pelo autor que tinha planejado batizar a trama de A Vovó Sumiu, mas mudou de ideia ao entender que o enredo ia muito além. “Eu sonhei com o nome A Vovó Sumiu, mas depois eu vi que não era apenas sobre o sumiço da avó e sim sobre a família como um todo.”
A opção do elenco
Com nomes relevantes na trama como Jayme Matarazzo, Thiago Martins, Juliana Paiva e, claro, a própria Arlete Salles, a escalação de Família é Tudo agradou o autor, que se mostrou confiante com o elenco.
“Eu fiquei muito feliz quando eu soube que a vovó seria a Arlete. Ela é uma atriz muito solar, representa bem o que é a Frida, essa avó super maternal que cuida dos cinco netos. A Frida quer o bem deles e ao mesmo tempo tentar prepará-los para a vida, porque alguns deles são muito mimados, estão acostumados a viver com o dinheiro dela. E estou feliz com esse elenco inteiro. Acho que a gente conseguiu escalar as pessoas certas para os personagens certos.”
Além dos citados acima, outras duas atrizes completam o elenco: Ana Hikari e Daphne Bozaski. Ambas já trabalharam juntas em As Five e agora retomam a parceria na série.
Enquanto Hikari interpretará Mila, uma jovem ambiciosa que trabalha como secretária da gravadora Mancini e mantém um romance escondido com Hans (Raphael Logam), sonhando com o momento em que ele assumirá o namoro e ela se tornará a primeira dama da gravadora, Daphne dará vida à guatemalteca Lupita Sanchez.
Com um visual para lá de extravagante, ela sonha um dia ser cantora e acredita que estar na gravadora pode ser uma chance de trabalhar com o que ama. E, para não cair em um estereótipo, a equipe de caracterização teve que fazer uma extensa pesquisa na hora de compora personagem. “Fomos obrigados a encontrar um cabelo característico da Guatemala e ajustar um pouco. Iremos utilizar coques e tranças com e sem laços. Além disso, aumentei consideravelmente as sobrancelhas dela para dar um ar mais denso, e destaco um sinal que a atriz possui no pescoço”, destaca Rachel Furman, a maquiadora da novela.
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A trilha sonora auxilia a narrar a história
Como Família é Tudo terá uma gravadora de música como cenário principal, é evidente que a trilha sonora teria que ser escolhida com muito cuidado. Para a abertura, optou-se pela regravação de Jardins da Babilônia, de Rita Lee por Jão e Julia Mestre. Já para o romance de Vênus e Tom, a escolhida foi Só Hoje, do Jota Quest — duas canções clássicas do cancioneiro nacional.
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As cenas de Paulina (Lucy Ramos) com o ex-marido contarão com a voz de Vanessa da Mata na música Vem doce. E, por fim, outros artistas que estarão na trilha serão Marisa Monte, Luiza Possi, Nattan, Tiago Iorc, Thalia e OutroEu.
O desafio da nova novela das 19h da Globo
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Reconhecidas por serem leves e divertidas, as novelas das 19 horas sempre foram um atrativo da Globo e entregaram tramas populares para a audiência. Quem não se recorda das confusões da Família Sardinha em Da Cor do Pecado ou da icônica Kubanacan (2002)?
Recentemente, no entanto, essa faixa de horário tem enfrentado desafios para conquistar o público, indo na contramão do sucesso de outras faixas, como a das 21h, em que Renascer vem conquistando uma parte do público que nem sequer assistia novelas. Com tramas mornas, pouco atrativas e enredos comuns ou estagnados, boa parte da audiência tem se afastado. Isso pode ser explicado pelo aumento da diversidade de opções de entretenimento ao longo dos anos.
Hoje, as novelas competem com plataformas de streaming de vídeo e áudio, bibliotecas online, entre outros. No entanto, fenômenos recentes na faixa de horário, como Bom Sucesso e a recente Vai na Fé mostram que o problema pode residir menos no horário e no perfil do público e mais na qualidade.
Resta saber, então, se Família é Tudo conseguirá recuperar a audiência e agradar o público.
