terça-feira, 2 julho, 2024
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    Fármaco inovador tem como foco exclusivamente micróbios prejudiciais | nova droga | Universidade de Illinois | bactérias gram-negativas


    Texto versionado e adaptado do inglês, originalmente publicado pela matriz americana do Epoch Times.

    Os cientistas acreditam ter desenvolvido um novo tipo de substância, um antibiótico que elimina apenas os micróbios mais danosos, sem gerar efeitos secundários perigosos.

    Pesquisadores da Universidade de Illinois abraçaram o desafio de criar um antibiótico que extermina bactérias gram-negativas, as quais costumam ser resistentes a antibióticos, sem prejudicar os microrganismos essenciais para a boa saúde. Caso as bactérias não desenvolvam resistência a esse remédio, ele poderá representar um avanço significativo no tratamento de infecções nos próximos anos.

    O professor de química Paul Hergenrother, co-líder do estudo, mencionou que as pessoas estão percebendo que os antibióticos salvadores de vidas também causam efeitos colaterais graves.

    “Eles estão eliminando nossas bactérias benéficas enquanto tratam a infecção”, comentou Hergenrother em um comunicado à imprensa. “Queríamos começar a pensar na próxima geração de antibióticos que poderiam ser desenvolvidos para exterminar as bactérias patogênicas e não as benéficas.”

    A pesquisa concentrou-se em eliminar bactérias gram-negativas infecciosas, que são mais difíceis de eliminar por possuírem uma dupla camada de proteção. Os medicamentos utilizados em ambientes hospitalares que aniquilam as bactérias gram-negativas nocivas também combatem as bactérias benéficas, afirmou Kristen Muñoz, principal autora do estudo.

    “A maioria dos antibióticos aprovados clinicamente elimina somente bactérias gram-positivas ou destrói tanto bactérias gram-positivas quanto gram-negativas”, afirmou Muñoz no comunicado à imprensa.

    A Sra. Muñoz destacou que a colistina, um antibiótico receitado para combater exclusivamente bactérias gram-negativas, é conhecida por desencadear diarreia, bem como colite, uma condição potencialmente fatal. A colistina também ocasiona danos ao fígado e aos rins, portanto, é “geralmente utilizada somente como um antibiótico de último recurso”, escreveram os cientistas em seu estudo.

    Inaugurando um novo caminho

    A equipe de pesquisa se interessou em encontrar um antibiótico aprimorado pois, há mais de 50 anos, não há um antibiótico aprovado pela FDA (U.S. Food and Drug Administration) direcionado a bactérias gram-negativas, que são incrivelmente problemáticas e difíceis de tratar, declarou Muñoz, em entrevista ao Epoch Times.

    Muñoz salientou que praticamente todos os antibióticos utilizados em clínicas causam um desequilíbrio no trato gastrointestinal, “porque eles não diferenciam entre os insetos benéficos e os insetos maléficos”. O objetivo desta pesquisa era encontrar um agente antibacteriano com “o potencial de seletividade para gram-negativos em relação aos gram-positivos, além de ter mais seletividade para patógenos em relação aos simbiontes”. Os simbiontes bacterianos protegem o sistema imunológico da invasão de agentes patogênicos.

    O novo remédio, a lolamicina, revelou-se eficaz em camundongos em casos de pneumonia aguda e septicemia, uma infecção da corrente sanguínea. A sepse, uma complicação da septicemia, causa cerca de 270.000 mortes entre os 1,7 milhão de casos em adultos a cada ano nos Estados Unidos, de acordo com os Centros de Controle.

    “Penso que a principal lição desse estudo está na natureza duplamente seletiva da lolamicina”, afirmou Muñoz. “Conseguimos desenvolver um remédio que não apenas mira os agentes patogênicos problemáticos, mas, por ser seletivo somente para esses agentes, podemos preservar as bactérias benéficas e a integridade do microbioma. Esse estudo inicial da lolamicina abre caminho para a adoção dessa estratégia duplamente seletiva no desenvolvimento futuro de antibióticos que preservem o microbioma. Esperamos que o impacto da lolamicina possa resultar em uma nova geração de antibióticos direcionados.”

    Descoberta emocionante

    Muñoz revelou que durante os testes em várias outras linhagens bacterianas, realizados in vivo em camundongos, os pesquisadores se entusiasmaram ao constatarem que sua hipótese para o desenvolvimento de antibióticos de espectro restrito mostrava-se promissora. O microbioma dos camundongos é uma ferramenta útil para simular infecções humanas, pois os microbiomas intestinais de camundongos e humanos são parecidos, conforme explicou. Antibióticos que desequilibram os microrganismos em camundongos têm efeitos similares em humanos.

    “Foi muito empolgante quando identificamos pela primeira vez essa substância e constatamos sua eficácia contra agentes patogênicos gram-negativos críticos”, revelou. “Contudo, o mais relevante para nós é o impacto que a lolamicina pode ter no progresso de antibióticos que preservam o microbioma.”

    Verificou-se igualmente que a Lolamicina previne infecções secundárias por Clostridioides difficile, uma grave infecção bacteriana frequentemente associada a ambientes hospitalares. Descobriu-se que ela combate ativamente mais de 130 linhagens bacterianas em culturas celulares, todas resistentes a múltiplos medicamentos.

    Para transformar o composto lolamicina em um antibiótico comercializável, os fabricantes terão de levar em conta diversos fatores, incluindo solubilidade, medição do pH e a forma cristalina ideal, explicou Muñoz. Outras considerações envolverão dosagem e formato do medicamento, como líquido, comprimido ou injeção.

    “Ainda há um longo caminho a percorrer para transformar esse composto num antibiótico”, apontou. “Antes que a lolamicina receba a aprovação da FDA, ainda temos um grande percurso a percorrer. Infelizmente, o tempo decorrido entre a descoberta de um antibiótico e sua aprovação clínica pode ser superior a 20 anos. Nesse intervalo, prosseguiremos com os estudos da lolamicina. Pretendemos continuar testando o medicamento frente a mais linhagens bacterianas e realizar estudos de toxicologia mais detalhados.”

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