sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Febre hemorrágica relaciona-se com calor, revela pesquisa em MG


    Depois de examinar informações coletadas em municípios de Minas Gerais por quase 10 anos, estudiosos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) constataram que existe uma conexão direta entre a temperatura mínima de uma área com a quantidade de ocorrências de febre hemorrágica. Em locais mais quentes, casos da enfermidade são mais frequentes.

    As cidades mineiras com a média de temperaturas mínimas diárias de 21,2 ºC registraram mais casos da doença, disseminada pelo mosquito da febre hemorrágica, em comparação aos municípios mais frios. Ao todo, 38 microrregiões do estado foram avaliadas. 

    Previamente, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) evidenciaram que o calor intenso e o desflorestamento são responsáveis, em parte, pela explosão de casos de febre hemorrágica no Brasil, visto que facilitam a multiplicação do vetor, o mosquito da febre hemorrágica. 

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    Maior calor, maior febre hemorrágica

    Publicado na revista científica Cadernos de Saúde Pública, o estudo que relaciona a intensidade dos casos de febre hemorrágica com temperaturas mínimas mais elevadas utilizou duas principais fontes de dados:

    • O número oficial de casos de febre hemorrágica, registrados no DataSUS, durante os anos de 2010 e 2019;
    • As informações climáticas mensuradas pelo European Centre for Medium-Range Weather Forecasts, concernentes ao mesmo período.

    Ao entrelaçar os dados, os cientistas averiguaram que as regiões mineiras com média de temperaturas mínimas diárias de 11,6 ºC a 13,7 ºC — o que abrange o frio moderado e extremo — apresentaram menos casos de febre hemorrágica. Por outro lado, 21,2 ºC parece favorecer a multiplicação da infecção.

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    Por que o frio afasta o mosquito da febre hemorrágica?

    De acordo com os pesquisadores, os desfechos ilustram o fato de que a temperatura do local influencia o crescimento da larva e do mosquito Aedes Aegypti. Sabe-se que a temperatura ideal para o inseto oscila entre 16 ºC e 34 ºC. Com temperaturas inferiores a 8 ºC, as larvas morrem em poucos dias.

    Combatendo o mosquito da febre hemorrágica

    “A febre hemorrágica é uma enfermidade sazonal, porém cíclica [ocorre de tempos em tempos mais ou menos no mesmo período]. Temos consciência de que ela ocorrerá em algumas épocas do ano, mas é complicado prever como ela se comportará epidemiologicamente”, esclarece João Pedro Medeiros Gomes, pesquisador da Ufjf e coautor do estudo, para a Agência Bori.

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    Caso não seja viável controlar as médias de temperatura de uma área — algo ainda mais complexo ao considerar a emissão em grande escala de dióxido de carbono decorrente da ação humana —, é possível monitorar os termômetros e utilizá-los como um sinal de alerta antecipado.

    “Ao impactar as temperaturas, as mudanças climáticas podem ter influência na incidência da enfermidade, porém elas não irão ‘gerar’ a febre hemorrágica”, recorda o pesquisador. A propagação do mosquito também depende de outros fatores, como urbanização desordenada e intensa ou ainda ausência de recolhimento de lixo.

    Dessa forma, quando a temperatura mínima de uma área estiver mais alta que o normal, as autoridades poderiam investir em campanhas de conscientização acerca da enfermidade e ações para evitar os criadouros, a partir desse sinal de alerta. Já existem métodos inovadores em experimentação no país, como o emprego de drones, no controle do vetor. Isso contribuiria e muito no combate à enfermidade.

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    Fonte: Agência Bori  

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