sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Feixes gama superenergéticos podem auxiliar a antecipar eventos solares extremos


    Ao mencionarmos a radiação solar, normalmente nos referimos aos raios ultravioleta, os quais nos impactam diretamente no planeta Terra e são combatidos com filtro solar. No entanto, o Sol também emite intensas explosões de raios gama, que são absorvidas pela atmosfera e, por isso, nem sempre lembradas. Um novo estudo, porém, demonstra que monitorar essa energia pode ser bastante significativo.

    Os dados são provenientes de uma pesquisa da Universidade de Lisboa, que utilizou a mensuração de raios gama do Sol para antecipar o comportamento solar. Essa projeção é útil para conseguir detectar com maior antecedência erupções solares, as quais podem ter impactos nos satélites e nas comunicações terrestres.

    A Atividade solar é algo incerto no planeta Terra

    Aferir o comportamento do Sol não é algo muito preciso. Temos ciência de que cada ciclo solar tem a duração de onze anos e, neste atual momento, o pico do ciclo se aproxima, podendo ocorrer entre este ano e o próximo. A margem é extensa e não possibilita prognosticar eventos solares com substancial antecedência.

    No entanto, a pesquisa identificou algo peculiar: certas regiões do Sol emitem uma quantidade superior de raios gama em relação a outras. Tal fato contraria modelos preexistentes que indicavam que o astro emite a radiação de modo homogêneo.

    Sondas Solar Orbiter e Parker, da ESA e da NASA, investigam em conjunto o vento solar nesta semana. Créditos: Solar Orbiter: ESA/ATG medialab; Parker Solar Probe: NASA/Johns Hopkins APL

    Ademais, a pesquisa constatou que os polos solares emitem a maior radiação durante os momentos em que os campos magnéticos norte e sul do Sol sofrem alterações, ou seja, durante uma mudança de ciclo.

    “O objetivo é possuir ferramentas mais precisas para prever a atividade solar”, explica Bruno Arsioli, coautor e pesquisador da Universidade de Lisboa e da Universidade de Trieste ao The Washington Post. “Talvez possamos utilizar essas novas informações de energias muito elevadas para auxiliar nossos modelos a antecipar o comportamento do Sol”, acrescenta ainda.

    Esses feixes gama são emitidos por supernovas e estrelas de nêutrons, atingem o Sol e são expelidos. Essa interação, contudo, ocorre entre 100 a 1.000 quilômetros abaixo da superfície solar, o que pode auxiliar os cientistas a compreenderem o que se passa na região mais interna da estrela, contribuindo para a previsão de eventos solares.

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    Filamento magnético explodiu no Sol. Crédito: AIA/SDO/NASA

    De que forma essas medições podem contribuir?

    “Este estudo auxilia a ampliar nosso entendimento acerca de onde exatamente na superfície solar se originam os raios gama”, afirmou o físico de partículas Mehr Un Nisa, que não participou do estudo, ao jornal americano.

    O cientista explica que, se as medições estiverem corretas, futuras ferramentas poderão medir o clima espacial e a atividade solar com a mesma eficácia com que realizamos previsões do clima terrestre por meio das condições atmosféricas.

    “Os mesmos campos magnéticos responsáveis ​​pelamodulação das partículas de elevada energia que geram esses raios gama também são responsáveis pelas flutuações do clima espacial”, acrescenta Nisa. “Independentemente de a vida ser afetada pelo clima espacial, compreender a física de nossa estrela mais próxima só aumentará nosso conhecimento sobre nosso lugar no universo”, conclui.



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