sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Funcionário da PGR é suspeito de envolvimento com grupo que traficava armas, afirma jornal

    Um colaborador da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi suspenso de suas funções por suspeita de conexão com a organização criminosa desmantelada durante a Operação Dakovo, realizada pela Polícia Federal na semana passada. Conforme o inquérito ao qual o jornal O Estado de São Paulo teve acesso e publicou trechos nesta terça (12), seu nome aparece em comprovantes de depósitos bancários relacionados ao grupo.

    A PGR informou que a investigação está sendo conduzida em sigilo pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal (MPF) da Bahia. “Não há denúncia criminal formalizada até o momento, mas isso não impede a adoção de outras medidas. Desde o início da investigação, foram tomadas todas as providências necessárias tanto na esfera criminal quanto na administrativa”, afirmou.

    Conforme apuração do Estadão, o MPF determinou o afastamento preventivo do colaborador do cargo de analista processual da PGR por 30 dias, uma vez que ele “mantém cadastro ativo” nos sistemas judiciais, “o que lhe concede acesso a todos os processos, incluindo aqueles que estão sob sigilo, justificando assim a necessidade de seu afastamento”.

    As investigações indicam que os agentes examinaram possíveis transações entre uma empresa da qual ele é sócio e uma companhia vinculada ao recebimento de pagamentos relacionados a armas e drogas, controlada por um intermediário da quadrilha. Este grupo atuava na fronteira entre Brasil e Paraguai, fornecendo armamentos a facções brasileiras como o PCC e o Comando Vermelho.

    O colaborador é suspeito de participar de transações financeiras ligadas ao intermediário, sendo sócio de duas empresas, a Steak House Restaurante e Bravoshop plataformas de vendas online, sendo esta última considerada uma empresa de fachada pela PF. Um outro sócio foi identificado como parte de uma empresa “sem empregados registrados e sem funcionamento no endereço constante nos seus registros cadastrais”.

    A PF encontrou indícios de transferências de R$ 53 mil da conta da Bravo Brasil – Iphones Ltda, empresa do colaborador, para contas utilizadas pelo intermediário, envolvendo pagamentos relacionados ao tráfico de armas e drogas. O analista também foi mencionado em relatórios de inteligência financeira por remessas suspeitas de R$ 100 mil e R$ 50 mil para a Bravo Brasil – Iphones, comunicadas por suspeita de lavagem de dinheiro.

    O colaborador não foi localizado para comentar a investigação.

    Na última terça (5), a Operação Dakovo prendeu 19 pessoas suspeitas de envolvimento em um sofisticado esquema de tráfico internacional de armas que teria movimentado R$ 1,2 bilhão em três anos. A investigação revelou que as armas eram importadas da Europa por meio de uma empresa paraguaia e comercializadas a facções criminosas brasileiras.

    Os mandados foram cumpridos em cinco estados brasileiros, no Paraguai e nos Estados Unidos. As investigações tiveram início em 2020 em Vitória da Conquista (BA) após a prisão de dois indivíduos portando 23 pistolas croatas e dois fuzis adulterados, além de munições e carregadores.

    O grupo desmantelado enviava armas ilegalmente da Europa para a América do Sul, utilizando uma empresa em Assunção, capital paraguaia. Os armamentos, como pistolas, fuzis e munições, oriundos de fabricantes croatas, turcos, tchecos e eslovenos, eram adulterados no Paraguai e, logo em seguida, revendidos a intermediários na fronteira com o Brasil.

    Os intermediários, por sua vez, repassavam as armas às principais facções criminosas brasileiras, incluindo o PCC. A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai ressaltou que as armas eram revendidas em pequenas quantidades a pessoas utilizadas como “laranjas”, como empregados, diaristas ou estudantes, principalmente em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil, utilizando valores baixos para evitar fiscalização.

    Além das conexões com facções criminosas, as investigações revelaram que alguns armamentos foram vendidos a “locais de caça e pesca que se comprovaram inexistentes”. As armas, conforme apontado pela Polícia Federal, eram utilizadas em diversos crimes, incluindo roubo, latrocínio, narcotráfico e terrorismo.

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