Texto convertido e ajustado do inglês, publicado pela matriz americana do Epoch Times.
Muitos médicos recomendam antibióticos para crianças com olho rosa, porém esses medicamentos geralmente não são indispensáveis, de acordo com especialistas.
Por volta de sete em cada 10 consultas médicas envolvendo crianças com conjuntivite infecciosa aguda, ou olho rosa, terminaram com os médicos prescrevendo um antibiótico tópico, assim relataram os pesquisadores em uma nova pesquisa.
Entretanto, as crianças, indepentemente se receberam ou não antibióticos, raramente retornaram ao médico, “o que sugere que a ausência de antibióticos pode não estar associada a uma exigência adicional de cuidados médicos”, como destacaram o Dr. Daniel Shapiro, um médico pediatra de urgência da Universidade da Califórnia, em San Francisco, e seus colaboradores.
Os pesquisadores obtiveram dados de 2021 de um banco de dados comercial de sinistros e encontros clínicos.
Consultórios médicos receitaram antibióticos para 72% dos pacientes, em comparação com 57% nos serviços de pronto atendimento e 34% nas clínicas oftalmológicas.
As limitações do artigo, divulgado pelo JAMA Ophthalmology, englobavam alguns casos de dados clínicos incompletos.
“Dado que antibióticos podem não ser correlacionados com resultados melhores ou alterações no subsequente uso de cuidados médicos e estão atrelados a efeitos colaterais e resistência bacteriana, esforços para diminuir a prescrição excessiva de conjuntivite infecciosa aguda são justificados”, afirmaram os pesquisadores.
O Dr. Andrew Doan, um oftalmologista que não estava envolvido na pesquisa, observou que a maioria dos casos de olho rosa é ocasionada por vírus.
“Não existem tratamentos eficazes para olho rosa viral e os antibióticos são ineficazes”, informou o Dr. Doan ao The Epoch Times por e-mail.
Após examinar pacientes com olho rosa em seu consultório, o Dr. Doan em algumas ocasiões utiliza uma mistura de povidona-iodo, que, conforme um estudo, diminui a carga viral. Isso significa que o medicamento reduz o tempo de recuperação, complementou o Dr. Doan.
A conjuntivite, que também pode ser desencadeada por bactérias e alergias, se manifesta com sintomas como coceira e vermelhidão nos olhos.
A Academia Americana de Oftalmologia menciona que, em casos provocados por vírus, o sistema imunológico das pessoas combate os vírus e que o olho rosa geralmente desaparece por si só em um a duas semanas.
Se for diagnosticado que o olho rosa é causado por bactérias, os médicos podem receitar antibióticos. “Antibióticos não combatem uma infecção ocasionada por um vírus ou por alergias”, alerta a equipe de oftalmologia.
A escassa taxa de receitas após visitas às clínicas oftalmológicas pode se dever ao fato de tais clínicas possuírem os recursos para identificar a real causa do olho rosa e tratar adequadamente, expôs a Dra. Rupa Wong, uma oftalmologista pediátrica da Honolulu Eye Clinic e porta-voz do grupo.
O Dr. Shapiro compreende por que os pais podem ficar apreensivos quando seu filho apresenta uma infecção.
“O olho aparenta vermelho e desagradável, o que é bastante marcante e assustador”, comentou ele.
Contudo, acrescentou que antibióticos não devem ser utilizados excessivamente se não forem eficazes.
O estudo não investigou em detalhes específicos por que os antibióticos foram prescritos ou o desfecho. Porém, a raridade de consultas de retorno em ambos os casos sugere que os pacientes não estão sob maior risco de complicações ou problemas sérios se não receberem a prescrição, elucidou a Dra. Wong.
“Existem outras medidas de suporte que podemos adotar”, mencionou ela, “para proporcionar conforto à criança sem recorrer a colírios com antibióticos.”
A Associated Press colaborou com este artigo.
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