A nave de carga Tianzhou-7 foi lançada pela China nesta quarta-feira (17) com destino à estação espacial Tiangong. Além de vários suprimentos, a espaçonave transportou diversos experimentos científicos para o laboratório orbital, sendo que uma carga especial também estava a bordo: micro-organismos do grupo das arqueobactérias.
Considerados algumas das formas de vida mais antigas do planeta, esses seres são responsáveis pela presença de metano na atmosfera terrestre. Eles são comuns em ambientes anaeróbicos, como os estômagos de animais semelhantes e áreas de plantio de arroz.
Dong Xiuzhu, pesquisador do Instituto de Microbiologia da Academia Chinesa de Ciências, explicou que esses microrganismos foram escolhidos para “participar de uma missão espacial” devido à sua capacidade de sobreviver com apenas hidrogênio e dióxido de carbono, que depois são transformados em metano.
Condições como a exposição da Tiangong à radiação espacial, a microgravidade, temperaturas extremas e outros fatores auxiliarão os pesquisadores a estudar a capacidade de sobrevivência dessas formas de vida primordiais. Esses dados poderão ajudar a explorar a possibilidade de existência de vida em outros mundos, como Marte.
Vida em Marte
O rover Curiosity, da NASA, detectou sinais de metano cuja origem ainda é desconhecida, podendo ter vindo tanto de processos biológicos quanto geológicos. Portanto, se as bactérias produtoras de metano sobreviverem em ambientes extremos e demonstrarem crescimento robusto enquanto produzem o gás, existe a possibilidade de que esses seres sobrevivam fora da Terra.
“Isso pode ter implicações significativas: se as bactérias produtoras de metano sobreviverem, isso sugere a possibilidade de uma origem compartilhada entre a vida em Marte e na Terra”, observou Liu Zhu, professor do Departamento de Ciências do Sistema Terrestre da Universidade de Tsinghua.
Fonte: Global Times
