sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Informações sobre o caso do falecimento de policial após receber injeção para dor

    Uma investigação está em andamento em Taquaritinga (SP) para esclarecer a morte do policial militar Edno Ferreira Ventura Júnior, de 35 anos, que faleceu na quarta-feira (13) após ser submetido a uma injeção intravenosa de um medicamento controlado, sem prescrição médica, administrada por uma técnica de enfermagem em sua residência.

    O caso está sendo tratado como homicídio. A técnica de enfermagem foi detida, mas após audiência de custódia, foi liberada. Além disso, ela também é suspeita de desviar remédios do hospital onde trabalha na cidade.

    Nesta reportagem, fora apresentado os detalhes do caso e o que a polícia procura esclarecer. Você terá conhecimento sobre como ocorreu o falecimento, as suspeitas contra a profissional de saúde e quais medidas foram tomadas em relação ao seu comportamento.

    1. Quem era o policial militar?

    Edno Ferreira Ventura Júnior, com 35 anos, era policial militar em Taquaritinga (SP). Em 2022, ele sofreu um acidente de trânsito perto do município, ao tentar desviar de um animal na estrada. Júnior teve fraturas nas costelas e ficou com sequelas. Ele sofria de dores crônicas desde então.

    2. O que aconteceu com o policial?

    De acordo com o boletim de ocorrência, com base em relatos de familiares, Edno Júnior passou a usar morfina devido às dores crônicas. Ele contratou a técnica de enfermagem Tatiani Cristina Gonçalves, de 41 anos, para administrar a medicação mediante pagamento. As aplicações eram frequentes, segundo a família.

    O delegado Renato Cândido Soares, encarregado da investigação, informou que as imagens das câmeras de segurança da casa de Tatiani foram recolhidas. O vídeo não foi divulgado, mas, segundo a polícia, Edno Júnior começou a passar mal segundos após a aplicação da injeção sem prescrição médica.

    “O policial estava sentado perto de uma mesa, com o braço amarrado. A acusada se aproximou dele com a seringa, aplicou a injeção intravenosa e logo em seguida ele começou a passar mal, desmaiando ao chão, onde acreditamos que tenha falecido. Rapidamente, ele começou a abaixar a cabeça, passar mal e desmaiar”, relatou o delegado.

    Edno Júnior foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Taquaritinga, mas não resistiu.

    O enterro ocorreu na manhã desta sexta-feira (15) em Santana da Ponte Pensa (SP).

    3. Qual foi a alegação da técnica de enfermagem?

    Tatiani foi levada à delegacia logo após o falecimento de Edno Júnior. Segundo consta no boletim de ocorrência, ela afirmou que era a primeira vez que aplicava medicação no policial militar e que ele chegou com a injeção pronta. A técnica de enfermagem disse que não conhecia o medicamento presente na seringa.

    No entanto, além das imagens das câmeras de segurança, a polícia apreendeu ampolas de cloridrato de tramadol, uma cheia e outra vazia, e frascos de soro fisiológico na residência da profissional.

    De acordo com o delegado, o material encontrado na casa de Tatiani foi desviado da Santa Casa de Taquaritinga, onde ela trabalha. O número do lote permitiu à polícia confirmar a origem do medicamento.

    O cloridrato de tramadol é um potente analgésico da classe dos opioides, utilizado para tratar dores de intensidade moderada a grave, atuando no sistema nervoso central e proporcionando alívio, por exemplo, em dores nas costas.

    É um medicamento de uso controlado, que só pode ser adquirido em farmácias com receita médica retida no estabelecimento.

    4. Quais são as suspeitas sobre a profissional?

    Inicialmente, Tatiani foi detida em flagrante por suspeita de homicídio com dolo eventual, assumindo o risco de matar. A suspeita é que ela tenha injetado o medicamento de uso controlado desviado da Santa Casa no policial militar.

    “Por ser profissional da saúde, técnica em enfermagem, tinha ciência dos riscos em aplicar o medicamento por via venosa sem prescrição médica e em sua casa, distante de um centro de saúde capaz de reverter qualquer evento provocado pela administração de medicamento. A gravidade aumenta ainda mais diante das evidências de que esse medicamento, de uso controlado, tenha sido obtido por desvio cometido por ela em seu local de trabalho”, consta no boletim de ocorrência.

    De acordo com o delegado, os celulares e computadores de Tatiani foram apreendidos e passarão por perícia. O telefone do policial militar também foi recolhido pela polícia.

    Nos próximos dias, Soares pretende ouvir testemunhas. Ele aguarda laudos do Instituto Médico Legal (IML) de Araraquara (SP) para esclarecer as causas do falecimento de Edno Júnior.

    “A investigação ainda está em andamento, pessoas serão ouvidas, incluindo a questão das apreensões de celulares e computadores. Tudo isso passará por perícia e retornará, para entendermos a dinâmica, todos os detalhes, inclusive se outras pessoas estiveram envolvidas”, completou.

    5. A técnica poderia aplicar a injeção?

    De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren), órgão responsável por supervisionar e regular o exercício profissional da enfermagem, Tatiani está habilitada.

    O órgão informou que não há restrição para o profissional de enfermagem realizar atendimento em sua própria casa, desde que sejam observados os princípios éticos e de segurança no cuidado com o paciente.

    Em relação às suspeitas, o Coren-SP afirmou que abriu uma investigação para apurar o caso, porém a apuração será confidencial.

    “Após a apuração dos fatos, se evidências de infração ética forem encontradas, um processo ético-profissional será aberto. A profissional envolvida poderá ser convocada para expor sua versão dos fatos, assegurando seu direito à defesa”, declarou.

    O Coren-SP explicou que se as infrações forem comprovadas, Tatiani poderá receber sanções conforme a legislação: advertência, multa, censura, suspensão temporária do exercício profissional ou cassação do registro profissional pelo Conselho Federal de Enfermagem.

    6. A profissional foi afastada da Santa Casa?

    A gerente administrativa da Santa Casa de Taquaritinga, Camila Bellentani Cano, revelou que uma investigação interna foi iniciada para esclarecer o caso.

    Assim como o inquérito policial, que está em segredo de Justiça, a investigação interna também é confidencial.

    O Ministério Público está acompanhando a investigação e recorreu da decisão judicial que concedeu liberdade provisória a Tatiani.

    “Duas ampolas de medicamento foram apreendidas. Houve um testemunho, de uma diretora da Santa Casa, que afirmou que esse medicamento pertence à Santa Casa e estava destinado a outros pacientes. Portanto, isso também precisa ser investigado, pois a eventual distração desse medicamento pode configurar o crime de peculato, o desvio de um bem público. Além disso, precisa ser averiguado se outros pacientes deixaram de receber a medicação devido ao desvio cometido pela acusada”, enfatizou a promotora de Justiça Marília Bononi Francisco.

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