O Banco Central do Brasil apresentou seu Informe Monetário correspondente a junho de 2024, expondo um quadro minucioso da economia do país. O texto salienta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), utilizado para mensurar a expansão econômica, no primeiro trimestre de 2024, ao mesmo tempo que aponta um acréscimo nas perspectivas de carestia para os próximos anos.
Expansão do PIB
A economia brasileira teve um avanço no primeiro trimestre de 2024. O PIB progrediu 0,8% em comparação com o trimestre anterior e 2,5% em relação ao mesmo período de 2023. Esse desempenho superou as previsões vigentes na época do informe anterior. Conforme o documento, “o PIB está no patamar mais alto da série histórica, 7,8% superior ao nível registrado no quarto trimestre de 2019.”
O crescimento foi impulsionado principalmente pelo consumo das famílias e pelos investimentos. O informe indica que “o aumento do consumo privado está relacionado à evolução da renda disponível das famílias e ao crédito.”
Além disso, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mensura o volume de investimento no país, acelerou em comparação a 2023.
Elevação da carestia
Mesmo que a carestia acumulada em doze meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tenha reduzido de 4,5% em fevereiro para 3,9% em maio de 2024, as projeções de carestia para os próximos anos aumentaram. As estimativas apontam que a carestia, que fechou 2023 em 4,6%, deve retroceder para 4,0% em 2024, 3,4% em 2025 e 3,2% em 2026, ainda acima da meta de 3,00%.
O Copom optou por manter a taxa básica de juros em 10,50% ao ano, destacando que tal decisão está alinhada com a estratégia de convergência da carestia para a meta de 2024, 2025, 2026 e 2027.
O Comitê ressaltou que “o contexto atual exige tranquilidade e moderação na condução da política monetária,” considerando o cenário global incerto e a resiliência da atividade econômica interna.
Cenário econômico nacional
Além da expansão do PIB, o mercado de trabalho brasileiro apresentou indicadores positivos. A taxa de desemprego baixou para 7,2% no trimestre encerrado em abril, o índice mais baixo desde o final de 2014. A criação líquida de empregos formais também cresceu, com um saldo médio mensal de aproximadamente 200 mil postos de trabalho no trimestre fevereiro-abril.
Entretanto, o informe aponta desafios à frente. As enchentes no Rio Grande do Sul geraram uma queda significativa na atividade econômica da região, porém já se observam sinais de recuperação. Ademais, o mercado de trabalho aquecido, os salários em ascensão, a desvalorização do real e o nível de gastos do governo representam uma ameaça para a carestia futura.
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