O Japão entrou em período de retração no final do ano passado, de maneira inesperada, e perdeu a terceira posição entre as maiores economias do mundo, de acordo com a Reuters. O lugar passou a ser ocupado pela Alemanha.
A inesperada retração japonesa, segundo a agência, suscitou incertezas quanto ao momento em que o Banco Central local começará a abandonar sua política monetária ultrafrouxa, caracterizada por juros baixos, que já dura uma década.
Houve duas quedas consecutivas no Produto Interno Bruto (PIB) do Japão, o que configura retração. Entre outubro e dezembro de 2023, o PIB japonês diminuiu 0,4% em uma taxa anualizada.
No trimestre anterior, a queda tinha sido de 3,3%, de acordo com dados do governo divulgados nesta quinta-feira, 15. As previsões do mercado eram de um aumento de 1,4%.
O PIB nominal do Japão, de acordo com a Reuters, foi de US$ 4,21 trilhões em 2023, abaixo dos US$ 4,46 trilhões da Alemanha, o que o coloca na quarta posição mundial.
Um dos motivos para a diminuição foi o consumo privado, que representa mais da metade da atividade econômica. O índice caiu 0,2% contra a expectativa de um aumento de 0,1%. Esta queda do consumo privado se deu pelo aumento do custo de vida e pelo clima quente, que desestimularam as famílias a jantarem fora e a comprarem roupas de inverno.
Possibilidades de nova contração
O consumo interno no Japão teve queda | Foto: Reprodução/Pixabay
As despesas de capital também influenciaram negativamente. Trata-se de outro importante motor de crescimento do setor privado. O recuo foi de 0,1%, em comparação com as previsões de um aumento de 0,3%.
O cenário desfavorável, segundo alguns analistas, pode levar a outra contração no trimestre atual, já que, segundo a Reuters, a baixa demanda na China, o consumo lento e a interrupção da produção em uma unidade da Toyota Motor Corp representam desafios para a recuperação econômica do país.
Todos esses fatores fizeram os analistas começarem a considerar a possibilidade de que o Banco do Japão , que é o Banco Central, elimine gradualmente seu estímulo monetário neste ano. Isto porque, com tal cenário, os índices em queda podem lançar dúvidas sobre a previsão de que o aumento dos salários sustentará o consumo e manterá a inflação de forma estável, de acordo com a meta de 2%.