LALIGA reportou os agraves discriminatórios e xenófobos direcionados a Marcos Acuña, defensor do Sevilla, e ao técnico Quique Sánchez Flores por parte dos torcedores do Getafe durante a partida do Campeonato Espanhol no último sábado (30).
O Sevilla reprovou os abusos, e LALIGA fez agora uma queixa formal à Comissão Anti-Violência e ao Comitê de Competição da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) referente aos dois incidentes no Coliseu Alfonso Pérez.
A partida foi momentaneamente paralisada aos 68 minutos com uma notificação emitida no sistema de som do estádio – conforme determinado pelo protocolo antirracismo de LALIGA – após insultos discriminatórios serem audíveis sendo proferidos por uma parcela dos torcedores, de acordo com o relato do árbitro na sumária.
O treinador do Sevilla, Quique Sánchez Flores, afirmou em coletiva de imprensa após a vitória por 1 a 0 que foi chamado de “nômade” por um grupo de torcedores durante o enfrentamento.
Outro episódio discriminatório manchou a Espanha no sábado, quando o goleiro do Rayo Majadahonda, Cheikh Sarr, foi expulso por enfrentar um torcedor que supostamente o ofendeu racialmente em confronto da 3ª divisão, contra o Sestao River. A equipe visitante se negou a prosseguir com o jogo após a expulsão.
Os incidentes de sábado aconteceram poucos dias depois de a Espanha enfrentar o Brasil no Estádio Santiago Bernabéu, em partida promovida para aumentar a conscientização sobre o racismo.
1
Antes do confronto, Vinicius Jr., atacante do Real Madrid, realizou uma comovente coletiva de imprensa onde foi indagado sobre os frequentes abusos discriminatórios que sofreu desde que chegou à Espanha.
Depois dos últimos episódios discriminatórios no final de semana, o brasileiro recorreu às redes sociais para expressar solidariedade a Sarr, Acuña e Sánchez Flores.
“Se todos os jogadores de cor fossem como ele [Vinícius], o racismo acabaria”, disse Sarr.
“Eu daria tudo por ele [Vinícius] porque ele já passou por isso muitas vezes. Tenho muito orgulho dele por se manifestar. Agradeço por me apoiar e por lutar contra o racismo, porque ele não consegue fazer isso sozinho.”
Marcos Acuña, do Sevilla, foi alvo de ofensas discriminatórias pela torcida do Getafe em confronto de LALIGA Gonzalo Arroyo Moreno/Getty Images