O guia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, afirmou que o relacionamento entre o presidente Lula e o MST esfriou.
De acordo com Rodrigues, em uma entrevista publicada no jornal Folha de S.Paulo na sexta-feira 26, o petista, agora no Palácio do Planalto, ainda não recebeu o movimento, nem visitou assentamentos, como era esperado.
A liderança fez um apelo para Lula “compreender as manifestações dos sem-terra”, já que ele considerou 2023 como o “pior” ano em invasões em quatro décadas. No ano passado, foi instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara dos Deputados para investigar o MST.
O coordenador do MST, João Pedro Stédile, anunciou um aumento nas invasões de terras em 2024 e fez uma crítica indireta a Lula. “Se o governo não tomar a iniciativa, a crise capitalista continuará se aprofundando”, disse. “O ser humano não é como o sapo, que quando o boi pisa nele, morre sem fazer nada. Haverá muito mais luta social.”
Esta não foi a primeira vez que Stédile expressa descontentamento com o presidente. No final de dezembro do ano passado, ao fazer uma análise anual das invasões, o líder do movimento classificou 2023 como o “pior ano de todos”.