O chefe de Estado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) equiparou os ataques de Israel contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza ao genocídio de judeus implementado pelo ditador alemão Adolf Hitler. “O que está acontecendo na Faixa Gaza não encontra paralelo em nenhum outro momento histórico, exceto quando Hitler decidiu exterminar os judeus”, afirmou o líder brasileiro em conversa com jornalistas na Etiópia.
A declaração foi proferida após Lula criticar as nações opulentas que suspenderam o financiamento à Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) – o governo de Israel acusou 12 funcionários da agência de colaborar com o grupo terrorista nos ataques que deflagraram o conflito, em 7 de outubro do ano passado.
Em resposta às acusações, os Estados Unidos interromperam suas contribuições à Agência. Pelo menos oito países, Austrália, Reino Unido, Canadá, Itália, Suíça, Holanda, Alemanha e Finlândia, aderiram à iniciativa americana.
Nesse contexto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, chegou a mencionar que poderia ter havido “infiltração” do Hamas na Agência e prometeu agir imediatamente diante de novas denúncias, mas solicitou a retomada das doações pelos países. A UNWRA demitiu os funcionários acusados de participar das ações do grupo terrorista.
Contrariando a resposta dada pelas nações opulentas, Lula declarou que iria aumentar os aportes de recursos brasileiros para a UNRWA. Por essa razão, o Diretório Nacional do partido Novo apresentou uma notícia crime contra o presidente na Procuradoria Geral da República (PGR). O Novo alega que as doações configuram terrorismo, uma vez que a Agência da ONU foi acusada pelo governo de Israel de colaborar com o Hamas.
Segundo o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, além de Lula “transformar nossa política externa em uma anedota internacional”,
ele decidiu “ultrapassar uma linha muito perigosa ao aumentar as doações para a
UNRWA depois de tudo o que foi revelado sobre as suas ligações com o Hamas, sem
envergadura nem credibilidade”.
Durante a entrevista coletiva de encerramento de viagem oficial à África, neste domingo (18), Lula ainda reiterou que fará novos aportes para a UNRWA. “Não posso dizer quanto porque não é o presidente que decide, preciso ver quem dentro do governo cuida disso para saber quanto vai dar, mas também o Brasil disse que vai defender na ONU a definição do Estado palestino reconhecido definitivamente como pleno e soberano. É preciso parar de ser pequeno quando a gente tem que ser grande”, disse.
