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    Lula pretende impedir a discussão sobre o que está incorreto no governo

    (J.R. Guzzo, publicado no periódico O Estado de S. Paulo em 28 de novembro de 2024)

    O presidente Lula não tem nada a censurar em relação à imprensa brasileira desde que saiu da prisão, onde cumpria pena por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e começou a sua ascensão de volta à Presidência da República. Desde então só recebeu elogios na maior parte dos meios de comunicação. Em determinado momento, a principal emissora de televisão do país chegou a emitir a sua própria opinião sobre as desventuras legais de Lula. “O senhor não tem qualquer pendência com a Justiça”, declararam. No entanto, a gratidão nunca fez parte da mentalidade do presidente. Assim que surgiram críticas consistentes às decisões do governo, ele automaticamente retomou a sua habitual postura de ressentimento contra a imprensa, a quem acusa há 40 anos por todos os males do Brasil, juntamente com “as elites” e outros inimigos imaginários que cria em seu próprio benefício.

    Essa retomada do complexo oficial em relação à mídia se expande por todo o governo. O ministro da “Comunicação Social”, responsável pelos bilhões de reais do orçamento de publicidade do governo, também está indignado com as críticas. A presidente do PT mencionou “proprietários mesquinhos” da imprensa, que estariam incomodados com a visão de um “protagonismo internacional” de Lula. No ápice de sua irritação, classificou os editoriais que expressam opiniões divergentes como “censura”; na atual ideologia oficial, a imprensa só é livre para elogiar o governo. Não basta ser favorável; é preciso ser favorável constantemente. Consideram isso um direito adquirido.

    O governo está especialmente incomodado com as análises negativas da mídia sobre os investimentos da Petrobras. Não admitem, em especial, que alguém possa ter uma opinião diferente sobre os bilhões que a empresa decidiu investir na área em que apresenta piores resultados – o refino, onde opera um parque industrial ultrapassado, ineficiente e, sobretudo, fracassado. Após 70 anos de quase monopólio na operação das refinarias, a Petrobras não consegue produzir o suficiente para atender às necessidades internas de combustível. Como resultado, o Brasil é atualmente um grande exportador global de petróleo, devido ao êxito que alcança na atividade em que a Petrobras é mais competente – a extração de petróleo em alto mar, onde mantém parcerias estratégicas com as principais empresas do mundo em termos de produção. No entanto, precisa importar gasolina e diesel.

    A fúria de Lula se direciona, acima de tudo, às críticas em relação ao reinício da desastrosa Refinaria Abreu e Lima, um fracasso pessoal humilhante. Deveria custar US$ 2 bilhões, porém já consumiu mais de 20 bilhões e ainda não está concluída; tornou-se um marco na história mundial da corrupção. Agora, pretendem investir mais R$ 8 bilhões ali. É vedado apontar que isso está incorreto.

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