O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou nesta sexta-feira (3) a solicitação para que seus ministros alocassem os recursos destinados aos ministérios em obras de infraestrutura e evitassem a proposição de novos projetos além dos já propostos ao longo deste ano. Durante uma reunião no Palácio do Planalto com os ministérios voltados para a infraestrutura e economia, Lula transmitiu sua mensagem diretamente.
O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, foi um dos alvos da solicitação, após Lula afirmar na semana passada que o governo poderia não cumprir a promessa de eliminar o déficit nas contas públicas até 2024. Na última segunda-feira (30), Haddad teve que esclarecer publicamente que Lula não havia desistido da meta.
“Para quem está no Ministério da Fazenda, um dinheiro bom é aquele que está no Tesouro, mas para quem está na Presidência, um dinheiro bom é aquele convertido em obras. É um dinheiro que se transforma em estradas, em escolas, em saúde”, cobrou Lula em relação a Haddad.
A cobrança de Lula a Haddad ocorre em um momento em que a ala política do governo defende um déficit nas contas públicas de até 0,5% do PIB no próximo ano, a fim de evitar cortes de gastos em um ano de eleições municipais. O objetivo é aumentar os investimentos nas prefeituras, especialmente as de aliados, visando à sucessão presidencial de 2026, na qual Lula já expressou seu desejo de concorrer à reeleição – como o PT deixou claro recentemente.
Lula pediu aos ministros que fossem os “melhores investidores de dinheiro em obras de interesse do povo brasileiro”, principalmente nos projetos que fazem parte da nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em agosto e que prevê investimentos de até R$ 1,7 trilhão.
Ele reiterou a mensagem dada em outras reuniões ministeriais de que os ministros não deveriam criar novos projetos e se concentrassem na conclusão dos projetos existentes.
criar novas iniciativas além das que já foram propostas até o momento, das quais há uma quantidade suficiente até o término do mandato.
“Ninguém precisa conceber algo inovador neste país. Está tudo definido, vamos realizar essas obras. Temos até 2026 para executar uma parte delas”, enfatizou o presidente.
Lula também exigiu dos ministros que quaisquer falhas identificadas neste primeiro ano de governo não devem se repetir em 2024. A demanda é semelhante à feita durante a transmissão ao vivo “Conversa com o Presidente” desta semana, na qual ressaltou que terá mais duas reuniões com ministros até o fim do ano, uma com aqueles das áreas social e de serviços, e outra geral para fazer uma análise do ano.
“É como o intervalo entre o primeiro e o segundo tempo. O primeiro está chegando ao fim e faremos uma avaliação final para evitar possíveis equívocos e continuar trabalhando para melhorar a vida das pessoas”, disse no final da manhã nas plataformas de mídia social.
Dentre os ministros que participaram desta reunião, estavam também Renan Filho (Transportes), Silvio Costa (Portos e Aeroportos), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Juscelino Filho (Comunicações), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação da Presidência), além do vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
