terça-feira, 2 julho, 2024
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    Magnata da cevada, Paraná pretende apostar na produção de lúpulo

    “Não tenho incertezas sobre as boas perspectivas para o Paraná, tanto que estamos ampliando o espaço de pesquisa”, afirma Ruffo. “Não é mais um devaneio, já é uma realidade”.

    De acordo com o professor, as variedades de lúpulo existentes no Brasil provêm dos Estados Unidos e da Alemanha.

    Nos testes realizados pela UEL e UFPR em Palotina nos últimos cinco anos, são estudadas aproximadamente 20 diversidades disponibilizadas por três viveiros, um localizado no Rio de Janeiro e dois em São Paulo.

    “São variedades mais produtivas, mais reconhecidas e estamos conduzindo um trabalho de adaptação, buscando selecionar as mais produtivas para as condições do Paraná”, declara.

    O começo foi em uma área reduzida, agora ampliada e com o apoio de agências financiadoras, como o CNPq, do governo federal. “Decidimos apostar”, afirma Ruffo. De acordo com ele, o trabalho envolve bastante tecnificação. O lúpulo necessita de 17 horas diárias de sol para desfrutar de aproveitamento e rentabilidade totais, fatores que são oferecidos pela natureza em diversas regiões dos principais países produtores.

    No Brasil, o máximo registrado é de 14 horas de luz diária. “É necessário iluminação artificial para suplementar as três horas restantes e isso requer muita tecnologia”, destaca. Nos experimentos são utilizadas lâmpadas especiais. “Caso não haja, acaba florescendo antes de atingir o topo da treliça, o que resulta em não produzir a quantidade de flores que caracteriza uma ótima produção. E é isso que almejamos”.

    O professor reforça que um lúpulo nacional também deve garantir maior qualidade do que o produzido, embalado e armazenado fora do país.

    “O que fazemos é oferecer lúpulo fresco, com a característica de frescor”, menciona. “Outro aspecto distintivo é que, com as técnicas que desenvolvemos, conseguimos produzir duas safras ao ano”. Além de possibilitar um melhor aproveitamento por parte dos cervejeiros. “Apostamos em ter mais de uma diversidade para permitir que os cervejeiros exerçam a criatividade nas receitas.”

    Outros usos, segundo ele, podem ocorrer em óleos essenciais nas indústrias de fármacos, cosméticos e alimentos.

    Lúpulo

    Inicialmente, o lúpulo era adicionado à cerveja para funcionar como conservante natural, porém, devido ao sabor e aroma percebidos após as viagens de transporte, acabou integrado às receitas de produção. As primeiras menções oficiais de lúpulo no Brasil remontam a 1885, com a importação feita por D. Pedro II.

    No Paraná, uma mensagem do governador Affonso Alves de Camargo em 1920 menciona plantações em Guarapuava, de mudas trazidas dos Estados Unidos com auxílio da Cervejaria Atlântida.

    O Anuário da Cerveja 2022, elaborado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, indicou a existência de 1.729 cervejarias no Brasil. Naquele ano, houve um acréscimo de 11,6% em relação às 1.549 registradas em 2021. Elas possuem 42.831 produtos registrados no Mapa. O Paraná está em quinto lugar, com 161 cervejarias que oferecem 4.391 produtos distintos, muitos deles premiados. O Brasil produz anualmente cerca de 15,3 bilhões de litros de cerveja.

    Os dados do Mapa do Lúpulo Brasileiro 2023, compilados pela Associação Brasileira de Lúpulo (Aprolúpulo), revelam que no ano anterior o Brasil contava com 114 produtores de lúpulo, um aumento iniciado em 2015, quando havia apenas um. A área total cultivada era de 111,8 hectares, um crescimento de 133% em relação ao ano anterior, quando havia 48,5 hectares. Há 44 variedades cultivadas no Brasil.

    As 231.817 plantas em produção espalhadas pelo território brasileiro resultaram em 88 toneladas do produto, um incremento de 203% em relação às 29 toneladas de 2022. No Paraná, 16 produtores (4º lugar) cultivavam 17.440 plantas (6º lugar) em 8,4 hectares (5º lugar), com produção inferior a 8 toneladas. De acordo com a Aprolúpulo, o valor médio obtido no ano anterior foi de R$ 223 por quilo, com um valor máximo de R$ 400.

    O Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária que monitora o comércio exterior do agro brasileiro, registrou em 2023 a importação de 3,1 mil toneladas de lúpulo no valor de US$ 62 milhões.

    Os importadores paranaenses investiram US$ 4,7 milhões para trazer 114,9 toneladas, sendo 74,3 toneladas dos Estados Unidos, 37 toneladas dos países asiáticos e 3,6 toneladas da Alemanha.

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