terça-feira, 2 julho, 2024
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    Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupa espaço da Codevasf em Juazeiro (BA) por descumprimento de acordo


    Em torno de 300 famílias do MST invadiram um terreno da Codevasf em Juazeiro (BA), no último domingo (10), em manifestação contra uma suposta falta de cumprimento de acordo para assentar mil famílias no estado.

    Segundo o MST, as famílias são provenientes do acampamento Terra Nossa e estão enfrentando dificuldades para ter acesso à água por parte da estatal. Um acordo de 2008 entre o movimento, a Codevasf e o Incra teria garantido o assentamento de parte das famílias em uma área de 13 mil hectares adquirida pela estatal.

    Entretanto, após 16 anos, apenas 192 famílias foram assentadas e pouco mais de 5.500 hectares foram regularizados, conforme denúncia do movimento, que destaca a proximidade de um projeto de irrigação a 800 metros do acampamento.

    O MST alega, ainda, que o terreno em questão está em áreas devolutas, com cerca de 4.000 hectares, e se encontra a 800 metros do projeto Salitre da Codevasf, que possui 51 mil hectares de espelho d’água.

    O movimento também critica a “privatização da água” pela Codevasf, em que a estatal “favorece as grandes empresas e grandes empresários, garantindo abundância hídrica para o agronegócio, por meio dos perímetros irrigados, excluindo a agricultura familiar e o pequeno produtor”.

    A Codevasf rejeitou as acusações e afirmou que a água é destinada aos agricultores devidamente instalados no projeto.

    “A maioria dos produtores beneficiados pelo projeto pratica a agricultura familiar, totalizando 255 produtores familiares e 68 produtores empresariais, atuando em 5,1 mil hectares. A outorga de água emitida pelo órgão regulador é específica para uso na área do Projeto Salitre”, declarou a empresa em comunicado.

    Historicamente alinhado ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o MST tem manifestado críticas à demora na implementação de políticas de reforma agrária. Na última quarta-feira (6), o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), ligado ao movimento, expressou preocupação com a retomada das ocupações.

    “O orçamento do Incra é o menor dentre todos os orçamentos dos governos do PT, o que é motivo de preocupação. Nos assentamentos falta água, falta estradas, não há desapropriações”, ressaltou o deputado.

    Na sexta-feira passada (8), o deputado federal Domingos Sávio (PL-MG) criticou veemente, afirmando que “defender invasores de propriedades rurais é uma das piores atrocidades cometidas por este governo contra os produtores rurais e os habitantes do campo. Somente em 2023, o número de invasões foi maior do que nos quatro anos do governo Bolsonaro. Eles voltaram a se sentir à vontade para cometer crimes”.

    No início deste ano, o líder nacional do MST, João Pedro Stédile, previu um aumento das invasões a propriedades privadas em 2024, devido às “dificuldades” enfrentadas pelos integrantes do movimento. Ele alertou que, se o governo não agir, “a crise capitalista continuará se aprofundando”.

    “As pessoas não são como os sapos, que são pisados pelos bois e morrem em silêncio. Haverá muito mais lutas sociais”, destacou Stédile.

    A declaração de Stédile ocorreu dois dias após um grupo de indígenas invadir uma propriedade na Bahia, resultando em confrontos que culminaram na morte de uma pessoa e na prisão de dois fazendeiros.

    No mesmo dia, o movimento celebrou seus 40 anos de existência com uma mobilização nas áreas de assentamentos. O MST chega às quatro décadas de história enfrentando o desafio de manter viva a sua ideologia em um momento de queda do interesse dos jovens – incluindo aqueles que estão nos acampamentos.

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