O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, fala durante reunião ministerial no Palácio do Planalto, em Brasília, em 18 de março de 2024 (Evaristo Sa/AFP via Getty Images)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta terça-feira (18) a atuação do Banco Central (BC) e de seu presidente, Roberto Campos Neto. Durante uma entrevista ao Jornal CBN, Lula afirmou que a política de juros altos adotada pelo BC é injustificável e prejudicial para a economia brasileira.
“Não existe motivo para a taxa de juros se encontrar onde está”, afirmou Lula, ressaltando que a elevada taxa de juros impacta negativamente o crescimento econômico e a geração de empregos.
Embora as declarações de Lula busquem justificar uma política de redução de juros, os dados econômicos disponíveis indicam uma realidade mais complexa.
- Os relatórios econômicos recentes mostram que a inflação no Brasil continua alta, com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrando uma variação de 0,46% em maio de 2024, acumulando uma alta de 3,93% nos últimos 12 meses.
- Além disso, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) também apresentou uma alta de 0,46% em maio, acumulando 3,34% nos últimos 12 meses.
Esses índices indicam uma pressão inflacionária contínua, especialmente nos preços dos alimentos e serviços.
- A alta do dólar tem colaborado para o aumento dos preços dos alimentos, onde a valorização da moeda americana elevou os custos de importação, refletindo-se nos preços ao consumidor.
Com a alta do dólar, o melhor modo dos produtores pagarem suas contas e reinvestirem em suas colheitas é através da exportação. Os dados do relatório Focus do Banco Central corroboram essa visão:
- As expectativas de inflação para o ano de 2024 estão em torno de 3,96%, acima da meta central estabelecida e cada vez mais próxima do limite máximo de 4,5%.
- Além disso, a taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano, tem sido mantida alta justamente como uma medida para conter a inflação.
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