2024 parece ser um ano instigante no MMA. A Ultimate Fighting Championship vai celebrar seu 300º evento pay-per-view em abril, Francis Ngannou – o “homem mais malvado do planeta” – fará sua estreia na PFL (ainda não sabemos se será MMA ou boxe) e talvez, apenas talvez, Conor McGregor retorne ao octógono. Dedos cruzados.
Os entusiastas das lutas tiveram muitas narrativas interessantes em 2023. A PFL adquiriu o Bellator MMA. A Maior de Todos os Tempos do MMA feminino – Amanda Nunes – se aposentou, deixando para trás duas divisões sem campeões. Cinco categorias de peso do UFC tiveram novos campeões segurando os cinturões no final do ano comparado ao início. As surpresas nunca faltaram.
Essas surpresas incluíram nocautes rápidos, viradas impressionantes e momentos memoráveis dentro e fora do cage. Mas quais lutadores e eventos seriam dignos o suficiente para serem reconhecidos como os melhores em 2023? Vamos revelar os vencedores deste ano.
Lutador do ano no UFC: Islam Makhachev
Makhachev pode ter conquistado seu primeiro título do UFC em 2022, mas fez algo ainda melhor em 2023: se consolidou como o principal lutador do planeta. Herdeiro de longa data da supremacia dos leves de Khabib Nurmagomedov, Makhachev lutou apenas duas vezes em 2023, ambas contra o mesmo adversário: Alexander Volkanovski. Mesmo assim, foi o ápice de sua carreira. Em fevereiro, ele teve uma atuação memorável em cinco rounds contra Volkanovski em território inimigo (Perth, Austrália) antes de encerrar a rivalidade com um nocaute em outubro. No final de 2023, Makhachev é o rei peso por peso, o campeão da classe de peso mais profunda do esporte e (claramente) o merecido Lutador do Ano.
Lutador do ano fora do UFC: Patchy Mix, Bellator
Lutadora do ano fora do UFC: Larissa Pacheco, PFL
Realmente não se pode subestimar o quão impressionante foi o ano de Pacheco. Sim, ela era uma grande favorita em todas as quatro aparições deste ano, mas o fato de ela ter feito quatro aparições é digno de nota por si só. Ela fez isso com 145 libras, categoria em que não competia desde 2018. Quatro lutas, quatro cortes de peso, quatro vitórias – em menos de oito meses. Ela se tornou a primeira campeã do torneio de duas divisões do PFL e preparou a mesa para uma possível luta contra Cris Cyborg em 2024. Tudo isso aconteceu depois de uma campanha de 2022 que a viu surpreender Kayla Harrison nas finais dos leves do PFL. Naquela época, alguém se perguntava como ela poderia superar a corrida de 2022. Bem, de alguma forma ela fez isso em 2023.
Lutadora do ano no UFC: Alexa Grasso
Calouro do ano: Bo Nickal
Lutador que mais evoluiu: Sean Strickland
Diga o que quiser sobre Strickland. Muitos já disseram bastante. Ele pode ser extremamente inapropriado em entrevistas, nas redes sociais e em coletivas de imprensa, sendo a maioria das coisas ditas inadequadas para reimpressão. Mas apesar de toda a retórica insensível e grosseira, Strickland tornou-se um excelente lutador. Ele é o atual campeão dos médios do UFC – algo que ninguém poderia prever no início de 2023.
Depois de um 2022 desastroso, que contou com uma derrota por nocaute para Alex Poatan e uma derrota por decisão dividida contra Jared Cannonier, Strickland fez 3 a 0 em 2023. Ele venceu Nassourdine Imavov em janeiro, nocauteou Abusupiyan Magomedov em julho e recebeu um aviso prévio disputa pelo título contra Israel Adesanya em setembro. Um grande azarão, Strickland não apenas venceu Adesanya para se tornar campeão,mas também o surpreendeu cedo e o venceu na decisão unânime. Foi um dos títulos mais inesperados em anos.
Luta do ano: Makhachev x Volkanovski I, UFC 284
Esta batalha de cinco rounds pelo título dos leves é um dos melhores exemplos de habilidade em artes marciais combinadas que já vimos. Makhachev e Volkanovski provavelmente serão considerados dois dos melhores campeões de suas respectivas divisões, e ambos estavam no auge durante este confronto em fevereiro. Esse embate teve de tudo. Um campeão peso-pena baixinho, cheio de confiança, lutando em casa. Um mestre leve quase arrogante, que foi forçado a cavar fundo e encontrou a excelência inspirada. A luta foi presenciada pelo melhor público do ano em Perth, na Austrália, que enlouqueceu quando Volkanovski ganhou impulso no quinto round. Foi emocionante, próximo e, mais notavelmente, de classe mundial.
Nocaute do ano: Adesanya nocaute x Pereira II, UFC 287
Este prêmio geralmente é concedido a nocautes criativos, únicos ou incrivelmente violentos. Às vezes, é um chute na cabeça. Outras vezes, um joelho voador. A finalização de Adesanya sobre Pereira em abril não pareceu engenhosa ou chamativa. Foi mais carne e batatas: um contra-ataque de direita perfeitamente sincronizado com as costas de Adesanya contra o cage. A história em torno disso, porém, faz com que seja o melhor nocaute de 2023.
Pereira havia vencido Adesanya duas vezes no kickboxing. Ele foi o único homem a nocautear Adesanya. Depois, ele entrou no MMA e fez de novo, parando Adesanya com socos em novembro de 2022 para conquistar o título dos médios do UFC. Perdendo 0-3 no geral em sua série contra “Poatan”, Adesanya poderia ter evitado outra luta. Em vez disso, ele conseguiu a revanche imediata – e colocou seu bicho-papão pessoal para dormir com uma combinação sensacional. Foi o tipo de momento que transforma alguém de estrela do UFC em lenda. Para Adesanya, foi uma vitória vingativa e que consolidou o legado.
Finalização do ano: Grasso vs. Shevchenko no UFC 285
Evento do ano: UFC 290 e UFC 295, empatados
É impressionante ver o UFC 295 no topo desta lista, já que sofreu sem dúvida o maior golpe de qualquer card do UFC durante todo o ano, com Jon Jones desistindo da luta pelo título dos pesos pesados contra Stipe Miocic. Mas o UFC 295, mesmo assim, acabou sendo memorável em Nova York, com destaque para Alex Pereira se tornando campeão meio-pesado, Tom Aspinall conquistando o cinturão interino dos pesos pesados em curto prazo e Jessica Andrade permanecendo viva na disputa pelo título com um nocaute sobre Mackenzie Dern.
O UFC 290 foi um evento de “soma de suas partes”, já que seu headliner – Alexander Volkanovski x Yair Rodriguez – foi inegavelmente sólido, mas não forte o suficiente por si só para ser considerado o Evento do Ano. O card também contou com uma das melhores lutas do ano no co-principal peso mosca entre Alexandre Pantoja e Brandon Moreno. Também viu Dricus Du Plessis marcar uma finalização chocantemente unilateral sobre Robert Whittaker, a ascensão contínua de Bo Nickal, um retorno valente de Dan Hooker e uma aposentadoria memorável da lenda dos meio-médios Robbie Lawler.
