sexta-feira, 5 julho, 2024
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    Notícia sobre reuniões de “dama do tráfico” com políticos

     

    Uma mulher conhecida como a “dama do tráfico amazonense” e com vínculos com o Comando Vermelho na região Norte do Brasil, Luciane Barbosa Farias, esteve reunida com assessores do Ministério da Justiça de Flávio Dino. Além disso, ela também se encontrou com outros aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    A “cidadã” e “empresária” que possui um salão de beleza no estado, supostamente utilizado para lavar dinheiro do tráfico, também teve encontros com os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL-SP) e André Janones (Avante-MG), em meados de maio e março deste ano, respectivamente. Ambos são próximos a Lula, sendo Boulos o candidato apoiado pelo PT à prefeitura de São Paulo em 2024.

    Janones fez parte da campanha do PT durante as eleições presidenciais de 2022 e admitiu recentemente que compartilhou fake news para “desestabilizar Bolsonaro”.

    Pelas redes sociais, Janones afirmou que atende a todas as pessoas que chegam para falar com ele e que, naquele dia, foram ao seu gabinete “diversas mulheres que se apresentaram como representantes de associações civis em defesa dos direitos humanos, bem como duas mães que tiveram os filhos vítimas de crimes e aguardam por Justiça”. Já Boulos não se pronunciou sobre o encontro.

    Registros nas redes sociais

    Luciane publicou nas redes sociais fotos e declarações de apoio dos encontros com Boulos, Janones e outros integrantes do governo. Na lista estão o secretário de assuntos legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz; Erica Meireles, coordenadora da chefia de gabinete da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa de Direitos Humanos – órgão subordinado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, sob a liderança do ministro Silvio Almeida –; e a deputada federal Daiane Santos (PCdoB-RS).

    Também há relatos de Luciane circulando livremente pelo Congresso Nacional, nos gabinetes dos parlamentares e nas proximidades do plenário. A “dama do tráfico amazonense” conseguiu estabelecer relações com políticos e integrantes do governo ao se apresentar como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), uma organização não governamental criada em 2022 que, de acordo com as investigações, atua em prol dos detentos ligados ao Comando Vermelho.

    “A associação Instituto Liberdade do Amazonas leva os pleitos do Sistema Prisional do Estado do Amazonas e as reivindicações de seus associados familiares de pessoas custodiadas.”, disse Luciane em uma postagem circulando pelo Congresso Nacional.

    A Polícia Civil acredita que a ONG foi criada para “perpetuar a existência da facção criminosa e obter capital político para negociações com o Estado”. Luciane é frequentemente vista em Brasília ao lado da advogada Camila Guimarães de Lima e da ex-deputada estadual Janira Rocha (PSOL-RJ), condenada em 2021 pelo crime da “rachadinha” com os salários de servidores na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

    Janira participou com Luciane da criação do ILA e foi, ainda, uma das responsáveis pela defesa da ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza no caso que a condenou pela morte do marido, o pastor Anderson do Carmo.

    Propriedades e salão de beleza

    Luciane é casada com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, há 11 anos. Ela abriu um salão de beleza em 2012 que, supostamente, servia como fachada para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

    As suspeitas surgiram principalmente após a declaração do Imposto de Renda dela três anos depois: o patrimônio de Luciane aumentou 1.053% em apenas um ano, passando de R$ 30 mil em dezembro de 2015 para R$ 346 mil no ano seguinte, com diversos bens como imóveis e veículos.

    Ela chegou a ser condenada por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa em segunda instância, mas aguarda recurso em liberdade. As investigações indicam que ela atuava como “braço financeiro” da operação criminosa liderada pelo marido.

    O Ministério Público do Amazonas a acusa de desempenhar um papel crucial na ocultação de valores provenientes do narcotráfico, como a aquisição de bens de luxo, imóveis e criação de “empresas laranjas” para lavar dinheiro do tráfico – isso a teria feito conquistar a confiança da cúpula da facção carioca.

    “Tudo a evidenciar, de forma reluzente, que os apelados não possuem uma vida habitual e lícita, e sim um propósito de acobertar os lucros sórdidos advindos do submundo do crime. Assim sendo, diante do conjunto de operações efetuadas, conclui-se que os denunciados Clemilson dos Santos Farias e Luciane Barbosa Farias agiram em conluio para ocultar ou dissimular a ilegalidade do dinheiro proveniente do tráfico de drogas”, diz a sentença de uma das apelações criminais em segundo grau contra o casal no Tribunal de Justiça do Amazonas (veja na íntegra).

    Segundo o despacho da desembargadora Vânia Marques Marinho, Luciane tinha um rendimento médio salarial de um salário mínimo entre os anos de 2009 e 2012, quando abriu o salão de beleza investigado. “Logo, subentende-se ser inviável uma pessoa que durante anos recebeu um mínimo de renda possível, consiga abrir um salão de beleza com faturamento médio entre seis a oito salários mínimos”, escreveu,

    A magistrada afirmou, ainda, que Luciane não entregou provas que pudessem comprovar a alegação de que o negócio foi aberto por meio de financiamento bancário. “Por tais documentos e relatos, é perceptível uma antinomia de realidade entre o que os apelados recebiam durante a vida inteira, como trabalhadores, e a evolução patrimonial destes após terem seus nomes vinculados ao crime organizado”, completou.

    Além do salão de beleza e da renda fora do comum, a juíza detalha os diversos bens que não correspondem aos ganhos do casal, incluindo seis veículos automotores avaliados em R$ 378,6 mil, três imóveis no Amazonas e um apartamento em Pernambuco, comprado por R$ 390 mil na cidade de Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de Recife, a 4,6 mil quilômetros de distância da capital amazonense.

    “Mais enigmático ainda é a conjuntura da ré Luciane Barbosa Farias possuir um salão de beleza e também ser proprietária de um caminhão. Nesse ponto, não se avista qualquer correlação pragmática entre o seu negócio e o veículo, sendo inconcebível cogitar a possibilidade de a ré, com a renda mensal que possui, com seus gastos familiares, pagamento e manutenção de outro veículo, além de parcela do apartamento, decidir ‘investir’ em um automóvel de grande porte. Não me convence uma vivência lícita no contexto”, escreveu Vânia Marques Marinho.

     

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